A terceira edição do Ranking Universitário Folha (RUF), divulgada pelo jornal Folha de São Paulo no mês passado, destacou a Universidade Federal de Lavras (UFLA) na 27ª posição como melhor universidade brasileira entre 192 instituições avaliadas. O RUF classifica as 192 universidades brasileiras a partir de indicadores de pesquisa, inovação, internacionalização, ensino e mercado.
Neste quesito internacionalização, que foi uma das bandeiras levantadas pelo reitor quando de sua campanha eleitoral, segundo o ranking do jornal, a Universidade Federal de Lavras ocupa a 72ª posição, com nota 2,38, em um índice que vai de 0 a 6.
A universidade e o mundo
O evento, que aconteceu no Salão de Convenções da Ufla, contou com a participação de docentes, estudantes e técnicos administrativos. Além da apresentação do reitor, houve uma apresentação das ações de internacionalização de programas de Pós-Graduação (categoria 6 e 7 na Capes).
Com o objetivo de inserir a universidade nos principais rankings de excelência internacional, por meio de projetos de amplo alcance e promoção do desenvolvimento científico, tecnológico, do ensino e da extensão universitária, o Programa de Internacionalização da Ufla reúne ações isoladas em desenvolvimento na instituição e traça metas para os próximos 15 anos. Com isso, a Diretoria Executiva da instituição visa o aumento da competitividade acadêmica em diferentes eixos (ambiente educacional bilíngue; produção científica e tecnológica internacionalizada; visibilidade internacional e cooperação internacional).
Produtivismo acadêmico
Segundo o Ranking Universitário da Folha de S. Paulo, a Universidade Federal de Lavras é a 4ª universidade do Brasil em publicações por docentes e a 4ª em bolsistas de produtividade. O ranking leva em conta indicadores brasileiros de publicações, de periódicos nacionais, por exemplo, critérios que não são utilizados por nenhum outro ranking.
O ritmo da pós-graduação no Brasil é ditado pela necessidade de recuperar o atraso científico do País e além dos avanços, tem gerando também problemas graves. O produtivismo acadêmico está tirando a saúde dos docentes das universidades públicas brasileiras. Essa é a principal constatação feita por estudo da professora do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Janete Luzia Leite. “Antes, a docência era vista como uma atividade leve. Agora, está todo mundo comprimido”, afirmou durante quarta mesa do Seminário Ciência e Tecnologia no Século XXI, promovido pelo Andes-SN, em novembro de 2011.
A causa dessa angústia está na reforma, feita em 2004, na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Aliada ao Reuni, as mudanças na Capes foram um verdadeiro ataque à autonomia universitária”, denunciou. O resultado foi a instituição de dois tipos de professores: o pesquisador, que ensina na pós e recebe recursos das agências de fomento para fazer suas pesquisas e o que recebe a pecha de “desqualificado”, que ficou prioritariamente na docência de graduação e à extensão. Esses, em sua maioria, são recém-contratados e terão suas carreiras truncadas e sem acesso a financiamentos.
Para Janete, os atuais docentes estão formando em seus alunos um novo ethos, em que é valorizado o individualismo, ocultada a dimensão da coletividade e naturalizada a velocidade e a produtividade.
Avanços
O processo de internacionalização é uma prioridade para a Universidade Federal de Lavras. O número de convênios e acordos de cooperação e intercâmbios acadêmico-científicos internacionais tem crescido e foram aportados recursos. Além disso, a instituição tem incentivado as atividades de capacitação docente, mobilidade estudantil, proficiência na Língua Inglesa, atração de pesquisadores visitantes, participação em projetos e participação em eventos internacionais.
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