terça-feira, 17 de novembro de 2015

OUSADA, POLÍTICA DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA UFLA ROMPE BARREIRAS E GANHA DESTAQUE

Localizada no município de Lavras, no Sul do Estado, com pouco
mais de 100 mil habitantes e distante 233km
da capital Belo Horizonte, a universidade entrou para o seleto grupo
das melhores universidades do mundo

Promover a internacionalização. Essa é a receita básica que as universidades brasileiras precisam seguir se quiserem ficar mais parecidas com instituições de ensino e pesquisa que aparecem no topo dos rankings internacionais.

A falta de interatividade com o resto do mundo é um dos pontos mais fracos das instituições brasileiras. Isso somado a sua visibilidade e competitividade no cenário internacional. Nos últimos anos, a direção da Universidade Federal de Lavras (UFLA) lançou metas ousadas.

A primeira medida foi a criação da Diretoria de Relações Internacionais (DRI). Com o objetivo de inserir a universidade nos principais rankings de excelência internacional, por meio de projetos de amplo alcance e promoção do desenvolvimento científico, tecnológico, do ensino e da extensão universitária, o Programa de Internacionalização da Universidade Federal de Lavras (UFLA) reúne ações isoladas em desenvolvimento na instituição e traça metas para os próximos 15 anos. 

Ele tem o objetivo a aumentar a competitividade acadêmica em diferentes eixos (Ambiente Educacional Bilíngue; Produção Científica e Tecnológica Internacionalizada; Visibilidade Internacional e Cooperação Internacional). Cada um desses eixos prevê ações e metas específicas.

O processo de internacionalização é uma prioridade para a Universidade Federal de Lavras. O número de convênios e acordos de cooperação e intercâmbios acadêmico-científicos internacionais tem crescido e foram aportados recursos. 

Além disso, a instituição tem incentivado as atividades de capacitação docente, mobilidade estudantil, proficiência na Língua Inglesa, atração de pesquisadores visitantes, participação em projetos e participação em eventos internacionais.

Em junho deste ano foi lançado o foi lançado o programa “Embaixador UFLA”, que prevê a seleção de propostas para a celebração de instrumentos jurídicos (convênios, acordos e similares) com instituições de ensino, pesquisa e extensão internacionais.

O Programa Embaixador UFLA é coordenado pela Diretoria de Relações Internacionais em conjunto com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) e a Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP). Os critérios de classificação que serão utilizados na seleção interna para receberem apoio no âmbito do Programa estão previstos no Edital.

Foram instalados também dois escritórios virtuais da UFLA no exterior, em Delaware (EUA) e Leuven (Bélgica). A instituição tem reforçado ainda as parcerias com países do continente africano. Hoje, 87 estudantes estrangeiros estão estudando no Campus da Universidade Federal de Lavras.

O que a comunidade acadêmica não esperava, é que a política de internacionalização, que é recente na instituição, fosse render frutos de destaque de forma tão rápida. Inicialmente, a direção esperava que a UFLA pudesse aparecer em rankings de destaque internacional nos próximos 20 ou 30 anos. 

Localizada no município de Lavras, cidade do Sul do Estado de Minas, com pouco mais de 100 mil habitantes e distante 233km da capital Belo Horizonte, a Universidade Federal de Lavras (UFLA), uma instituição de pequeno porte do interior do Estado de Minas Gerais, contando com 13 mil estudantes e tendo apenas 21 anos na condição de universidade, entrou para o seleto grupo das melhores universidades do mundo. 

A novidade que pegou de surpresa a toda comunidade acadêmica foi anunciada no dia 30 de setembro deste ano. A UFLA é uma das 17 universidades brasileiras na lista do Times Higher Education (THE) 2015-2016, o mais destacado no mundo.

É a primeira vez que a instituição aparece no ranking. O The World University Rankings são gerados a partir de cinco pilares, representando as área de excelência do ensino superior: ensino, pesquisa, citações, investimento da indústria e perspectiva internacional. 

Na UFLA, o pilar mais bem conceituado foi o de ensino, ranqueada na 438ª posição no mundo, seguida da pesquisa, na 532ª posição. Embora tenha um número significativo de publicações, o ponto que ainda deve ser mais trabalhado se refere ao número de citações. Outro desafio da Instituição é ampliar a relação com empresas privadas.

Avaliando o desempenho no ranking, o diretor de Relações Internacionais, professor Antonio Chalfun Júnior e o coordenador do Programa de Internacionalização, professor João José Marques, destacam a UFLA em diferentes aspectos, sobretudo, por estar no seleto grupo das melhores instituições de ensino superior do País. Além disso, destacam que os dados são referentes a 2013/2014, podendo avançar nas próximas avaliações.

Entre as 17 instituições brasileiras que aparecem no ranking, a UFLA está no bloco juntamente com as universidades federais: de Brasília (UnB), Bahia (UFBA), Minas Gerais (UFMG), Paraná (UFPR), Rio Grande do Sul (UFRS), Santa Catarina (UFSC), São Carlos (UFsCar), Viçosa (UFV), além da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e das Pontifícias Universidades Católicas do Paraná e Rio Grande do Sul.

No ranking mundial, a americana California Institute of Technology lidera entre as melhores em 2015. Ela é seguida pela britânica University of Oxford, Stanford University (EUA), University Of Cambridge (Reino Unido) e Massachusetts Institute of Technology (EUA). Harvard University, que geralmente lidera os rankings internacionais, aparece na 6ª posição.

Entre os BRICs, a China lidera com 37 universidades no ranking deste ano. A UFLA contribui para o Brasil aparecer em segundo, com 17 instituições, enquanto Rússia e Índia têm 13 listadas cada. Na América Latina, o Brasil é o país com maior número de universidades representadas no ranking. Argentina, Colômbia e México têm duas instituições cada e o Chile tem seis.

Para listar as 800 melhores instituições do mundo, o Times Higher Education leva em consideração, entre outros indicadores, o número de artigos publicados, citações, titulação e reputação de professores. Recentemente, a UFLA foi reconhecida como exemplo de sustentabilidade, ocupando a 26ª posição do GreenMetric World University Ranking, ranking de 2014, a melhor colocação de uma instituição da América Latina e do Brasil.

OUI GreenMetric World University Ranking é divulgado anualmente e sinaliza os esforços em sustentabilidade e gestão ambiental das instituições de ensino superior em todo o mundo. E motivada pelo sucesso de sua premiada política de sustentabilidade, a Federal de Lavras deu o primeiro passo rumo à pesquisas sobre carros inteligentes. 

Carros inteligentes que poderão dirigir sozinhos, fazem seu próprio diagnóstico mecânico e possuem telas enormes no lugar do para-brisas. No início deste semestre, foi feita proposta pelo Instituto VEDECOM, da França, da implantação do Instituto de Eco-mobilidade no Brasil.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 90% dos acidentes de trânsito são causados por falhas humanas. Ou seja, responsabilidade de quem está no comando da direção. Em 2009, o Google iniciou os testes de seu carro autônomo, o Chauffeur, um Toyota Prius.

O projeto de colaboração com o Brasil já está em curso, sendo que alunos do Laboratório de Mobilidade Terrestre (LMT) da Universidade Federal de Lavras e do Laboratório de Robótica Móvel da USP São Carlos, já estiveram em VEDECOM. 

Em reunião realizada em agosto na reitoria da UFLA, a instituição abriu-se à possibilidade de abrigar um dos polos do instituto. Durante a viagem à França no mês passado, o professor Arthur de Miranda, coordenador do LMT da UFLA entregou, formalmente, uma carta encaminhada pelo reitor da UFLA, ao diretor geral do Instituto francês Vedecom, Antoine Mullender.

Pelo documento encaminhado ao diretor-geral do Vedecom, a reitoria da UFLA convida os líderes do instituto para uma visita às instalações da UFLA e para que conheçam a proposta de pista para testes de veículos inteligentes no contexto do Laboratório de Mobilidade Terrestre (LMT).

Também faz parte da proposta em elaboração a assinatura de acordo entre a UFLA e o Vedecom para criação de uma Antena Vedecom no Brasil , tendo a UFLA como base. 

Esse projeto prevê benefícios tanto para o interesse público quanto para a rotina acadêmica, que passará a contar com maior fluxo de pesquisadores renomados da área e poderá gerar para estudantes e professores o contato frequente com carros de testes. 

O Vedecom é uma fundação ligada à UVSQ que mantém estrutura de pesquisa relacionada à mobilidade verde. O instituto congrega empresas e instituições como PSA Peugeot-Citroën, Renault, Safran, VELEO, Cetim, ESIGELEC, ESTACA, IFP Energies Nouvelles, IFSTTAR, estes membros fundadores. 

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