![]() |
O professor da UFLA e coordenador do CBEE, Alex Bager, em entrevista no programa Sábado Animal |
O quadro “Expedição Aventura” do programa Sábado Animal da rede televisiva Bandeirantes (Band), exibido no último dia 26 de dezembro percorreu as estradas brasileiras para mostrar a quantidade de animais que ainda morrem atropelados por conta da imprudência de muitos motoristas.
A reportagem contou com entrevista do professor Alex Bager, do Departamento de Biologia (DBI) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), coordenador do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE).
O professor falou sobre o impacto dos atropelamentos na fauna brasileira. “O atropelamento parece ser o maior impacto direto que o ser humano pode causar a biodiversidade. Ele é maior que o tráfego de animais silvestres, que a caça, e provavelmente maior que se somado tudo isso”, ressaltou Alex Bager.
Hoje, estima-se que anualmente cerca de 475 milhões de animais morrem atropelados nas estradas brasileiras. A cada segundo seriam 15 animais mortos. O professor explica que os animais mais atropelados são os pequenos vertebrados, como cobras, sapos, roedores, pequenas aves, dentre outros.
“Nós temos um país gigante em que resolver o problema em um trecho de 50, 100 km de estrada, apesar de importante não resolve o problema no Brasil. Então, nós temos que ter uma estratégia para reduzir esse impacto no Brasil como um todo”, destaca o professor.
“Uma das estratégias foi o desenvolvimento do Sistema Urubu, uma rede ligada a mortalidade da fauna. Através de um aplicativo gratuito a população pode auxiliar o Centro de Estudos, enviando fotos de animais atropelados. O sistema já conta com 16 mil seguidores”, complementou a reportagem.
Segundo o professor, os atropelamentos ocorrem em rodovias, estradas e ferrovias, sendo impossível a presença de pesquisadores em todos os casos. Assim, com o Sistema Urubu qualquer pessoa pode colaborar com informações.
Para utilizar o sistema, o interessado pode fazer o download do aplicativo gratuitamente no smartphone e, quando avistar um animal atropelado, é só fazer um registro fotográfico por meio do aplicativo, que automaticamente salva as coordenadas geográficas por meio do acesso ao GPS do aparelho.
Os registros podem ser enviados posteriormente quando o usuário tiver melhor acesso à rede para envio de dados, pois os dados do GPS, a data e horário ficam registrados juntamente com a foto no sistema do aplicativo.
Depois de enviada, a imagem passa a compor o Banco de Dados Brasileiro de Atropelamento de Fauna Selvagem (BAFS), sendo encaminhada para o CBEE para uma triagem dos locais onde mais ocorrem atropelamentos de fauna silvestre em todo o Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário