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UNIVERSIDADE DE LAVRAS PROPÕE AÇÕES DE RECUPERAÇÃO DE NASCENTES EM MOÇAMBIQUE


A atuação conjunta de extensionistas e pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) com a ONG Fraternidade Sem Fronteiras levou à criação de um plano de recuperação ambiental para Muzumuia, região carente de Moçambique. 

A proposta foi apresentada durante um seminário, no último dia 9, incluindo o projeto de recuperação de uma nascente degradada e um projeto de instalação de um viveiro de mudas nativas. 

Na ocasião, também foram doados livros e periódicos da Editora UFLA para o Instituto Superior Politécnico de Gaza (ISPG), localizado na cidade de Chokwe, próximo a Muzumuia e parceiro moçambicano do projeto.

A ideia de estabelecer um projeto para a recuperação de nascentes partiu do professor Gilmar Tavares (DEG). No ano passado, quando participou de uma caravana de voluntários daquela ONG para Muzumuia, desenvolveu capacitações e seminários de Agroecologia para agricultores familiares locais. 

Mas também observou a dificuldade da população em obter água potável: “Estarrecido, constatei que as pouquíssimas fontes e minas de água potável naturais estão sendo destruídas na volúpia de se conseguir esta água. Porém, as pessoas agem por desespero e desconhecimento, e não por maldade”, conta o professor.

Ele requisitou apoio voluntário à professora Soraya Alvarenga Botelho (DCF), que aceitou o convite e formou uma equipe de professores e estudantes para proporem um plano participativo de recuperação e conservação da nascente de Muzumuia – prevista para ser a primeira Unidade Experimental Participativa (UEP). 

Como UEP, o modelo de recuperação e proteção de nascentes poderá ser replicado em todo o país, assim como o viveiro de mudas florestais nativas. Este ainda poderá abastecer futuros programas de reflorestamento.

Um dos participantes é o moçambicano João Faustino Munguambe, doutorando na UFLA em Recursos Hídricos em Sistemas Agrícolas. 

Ele visitou o país em dezembro e fez um diagnóstico técnico que serviu para a elaboração do projeto de recuperação. Trouxe, também, um novo parceiro, o ISPG que mobilizará recursos logísticos e de pessoal para a missão pioneira, implantando as ações locais propostas pela equipe.

Durante o seminário na UFLA, os livros e revistas (voltados às ciências agrárias) foram entregues a Priscilla Alexandre, representante da ONG, que apresentou significativo documentário sobre ela. 

Em março, membros da Fraternidade Sem Fronteiras irão ao Moçambique e farão a entrega dos materiais ao ISPG. Os materiais doados pela Editora UFLA farão parte do acervo técnico e científico do Instituto.

A parceria entre a UFLA e a Fraternidade Sem Fronteiras teve início em 2016. A ONG fornece alimentação a crianças carentes em Moçambique e sentiu a necessidade de desenvolver tecnologias socioambientais agroecológicas com as famílias de agricultores familiares dessas crianças. 

Naquele ano, foi articulada inicialmente uma parceria participativa com o professor Gilmar Tavares, devido à idealização e atuação no Projeto Vozes da África, em franco desenvolvimento na República Democrática do Congo.
por Mateus Lima - da assessoria UFLA

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