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PESQUISA REALIZADA NA UFLA PROPÕE DESTINO DIFERENTE PARA OS DETRITOS DA BARRAGEM DO FUNDÃO

Dois anos após o rompimento da barragem em Bento Rodrigues, pesquisa realizada na UFLA propõe um destino diferente para os detritos da represa

Um fato que é conhecido internacionalmente e que tomou proporções imensuráveis foi o rompimento da barragem barragem de Fundão, localizada no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro do município brasileiro de Mariana, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), no dia 5 de novembro de 2015. 

O rompimento da barragem de Fundão é considerado o desastre industrial que causou o maior impacto ambiental da história do Brasil, sendo também o maior do mundo envolvendo barragens de rejeitos, com um volume total despejado de 62 milhões de metros cúbicos.

Após a enxurrada de rejeitos varrer Bento Rodrigues, os prédios foram abandonados enquanto os moradores, cerca de trezentas famílias, se asilavam em Mariana. 

A barragem de rejeitos de mineração era controlada pela Samarco Mineração S.A., um empreendimento conjunto das maiores empresas de mineração do mundo, a brasileira Vale S.A. e a anglo-australiana BHP Billiton. 

Após o desastre ambiental, a empresa responsável pela barragem disponibilizou os detritos acumulados para pesquisadores e demais interessados.

Na Universidade Federal de Lavras (UFLA), uma pesquisa realizada pelo professor do Departamento de Engenharia (DEG), Rafael Farinassi Mendes, propõe contribuir com a população afetada por meio do uso dos resíduos de mineração na produção de materiais de construção civil.


A pesquisa está em desenvolvimento há um ano, e o objetivo é aplicar o resíduo de mineração na produção de painéis à base de cimento, fibrocimento, telhas, blocos, pisos e tijolos solo-cimento, em associação com diferentes tipos de materiais lignocelulósicos. 

Materiais já produzidos durante a pesquisa

A utilização desses resíduos irá permitir a substituição de materiais de custos mais elevados, o que permitirá que o produto tenha um custo menor e seja mais competitivo no mercado. 

Além disso, os próprios moradores, não só de Mariana, mas também de todas as cidades que possuem represas, poderão aplicar a pesquisa na prática. 

Ao final do projeto, com conclusão prevista para 2018, os conhecimentos adquiridos serão repassados à população de Bento Rodrigues por meio de cartilhas, oficinas e treinamentos, o que irá auxiliar na destinação adequada do resíduo que continua sendo produzido em larga escala – cerca de 25 milhões de toneladas por ano.

De acordo com Rafael Mendes, a iniciativa também visa auxiliar a economia local, abrindo possibilidade para que os próprios moradores possam constituir cooperativas ou pequenas empresas para produção dos materiais. 

“Com a utilização dos detritos, pretende-se evitar que novos desastres ambientais, sociais e econômicos possam acontecer e contribuir para a transferência de tecnologia social e a criação de novos empregos, além do desenvolvimento econômico da região para proporcionar uma melhor qualidade de vida diante do novo contexto causado pelo desastre”, reforça o pesquisador.

com assessoria da UFLA

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