Prefeituras mineiras aderem a campanha de proteção aos macacos
Brigadistas da Amda colocam faixa no Monumento Natural da Serra da Moeda
Envenenados, apedrejados ou mortos a pauladas. Macacos estão sendo assassinados covardemente em todo o Brasil por uma culpa que não lhes pertence.
Muita gente ainda não entendeu que os animais não transmitem febre amarela e, assim como os humanos, são vítimas da doença. Além disso, ao serem contaminados, os macacos fazem o papel de "sentinela", alertando para o surgimento da doença naquela região. O vilão é o mosquito transmissor.
A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou que publicou em seu site e redes sociais informações de que os macacos não são responsáveis pela transmissão.
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Germano Vieira, informou que serão colocadas faixas nas portarias das unidades de conservação para orientar a população, o que ainda não foi feito.
Para a superintendente da Amda, Dalce Ricas, o poder público deveria tratar o assunto com o mesmo estardalhaço dos casos de febre amarela.
"O governo é responsável pela proteção da fauna. O que está sendo feito é muito pouco diante do cruel morticínio de macacos. Não há informação nas escolas, campanha informativas nos meios de comunicação e outras providências que deveriam ser tomadas. É revoltante!", disse.
O jornalista André Trigueiro constantemente tem usado suas redes sociais para conscientizar a população de que a culpa não é dos macacos.
"Tudo isso é um absurdo completo! Os macacos são sentinelas, biomarcadores da presença do vírus da febre amarela. Quando macacos morrem pela doença, as autoridades de saúde conseguem acionar protocolos de resposta (isolamento da área, vacinação da população etc) que evitam a expansão do vírus entre humanos. Os macacos são vítimas como nós. O que devemos fazer é exterminar os focos do mosquito. Simples assim", escreveu.
"Cadê o governo que não realiza campanhas de esclarecimento maciças, informando a população sobre a doença, quem transmite, como evitar, orientações sobre a vacina, os alertas sobre os mosquitos e os esclarecimentos a respeito dos macacos?", questionou Trigueiro.
A Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda) entrou em contato com 30 prefeituras de Minas incentivando a produção de faixas e publicações nas redes sociais informando que os macacos não transmitem febre amarela.
Dentre elas, seis demonstraram interesse na proposta: Betim, Caeté, Nova Lima, Igarapé, Bonfim e Santa Luzia.
A primeira adesão veio de Catas Altas, que imediatamente publicou a arte enviada pela organização em sua página no Facebook. Rio Manso está providenciando a produção de faixas e publicação nas redes sociais.
Matar animais silvestres é crime ambiental (Lei de Crimes Ambientais - nº 9.605), com pena prevista de seis meses a um ano de prisão e multa.
Prefeituras mineiras aderem campanha de proteção aos macacos
Caeté aproveitou a arte enviada pela Amda e fez um post em sua página no Facebook. A prefeitura de Rio Manso afixou faixas pela cidade e Rio Acima produziu cartazes. Em Casa Branca, uma faixa foi colocada no centro comercial.
Em seu site, a Associação Mineira de Munícipios (AMM) divulgou a campanha e alertou que macacos não transmitem a doença. A Fundação Zoobotânica demonstrou interesse na campanha e recebeu a arte produzida pela organização.
O Parque Estadual Serra do Rola Moça e Monumento Natural Serra da Moeda também produziram faixas, que foram colocadas em suas portarias.
Ressaltamos que matar animais silvestres é considerado crime ambiental (Lei de Crimes Ambientais - nº 9.605), com pena prevista de seis meses a um ano de prisão e multa.
com assessoria da Amda
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