Trabalho busca encontrar formas mais limpas de tratar a água poluída gerada pela extração de petróleo
O Grupo de Pesquisa em Química de Materiais da (GPQM) da Universidade Federal de São João Del-Rei, nas Vertentes, está realizando um estudo de ponta sobre sensores orgânicos, usando nanopartículas de carbono, em parceria com a Petrobras. O GPQM busca encontrar formas menos nocivas e mais eficazes de combater a poluição dos oceanos gerada pela extração de petróleo.
As propriedades luminescentes das nanopartículas de carbono (ou seja, que produzem luz a partir de um estímulo ultravioleta) podem ajudar a detectar a quantidade de poluentes orgânicos na água. O projeto é coordenado pelo professor Marco Antônio Schiavon, do Departamento de Ciências Naturais (DCNAT).
Apesar de algumas informações estarem sobre sigilo, devido ao contrato com a Petrobráa, Schiavon diz que a universidade já possui um longo histórico de trabalhos na área, tendo formado diversos discentes e publicado vários trabalhos nesse campo.
Uma pesquisa da empresa buscou por publicações no assunto visando um material que fosse barato e encontrou a UFSJ. Entre uma disputa com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal do Ceará (UFC), o estudo da UFSJ saiu vencedor: “Essa parceria surgiu de pesquisadores da Petrobras que viram nossas publicações e se interessaram pelo material e pela possibilidade da gente fazer um projeto”, comenta Schiavon.
A pesquisa
Todo sistema de produção de petróleo envolve água, que não pode ser devolvida para o oceano com poluição. Os métodos que são utilizados para fazer a detecção dos óleos e gorduras não são precisos, o que faz a Petrobras arcar com muitos erros e multas, de acordo com o professor.
“Fizemos um projeto tentando usar um material de nanopartículas de carbono, que são materiais denominados de verdes, não poluentes, e que têm propriedades de luminescer. Conseguimos usar essas propriedades para tentar fazer um sensor que seria uma molécula para detectar a presença de outra. Assim, pode-se fazer a quantificação dos poluentes orgânicos que tem na água”, explica Schiavon.
Os sensores de nanopartículas de carbono são desenvolvidos por dois pesquisadores pós-graduados pela UFSJ: o doutor em Ciências, com ênfase em Física e Química de Materiais, Roberto Vaz, e a mestranda do Programa de Pós-Graduação Multicêntrico em Química, Sarah Lima.
A Petrobras oferece apoio financeiro e técnico para a pesquisa, sendo o Laboratório de Química em Pesquisa de Materiais da UFSJ cadastrado na Agência Nacional de Petróleo (ANP). “É uma sensação muito boa porque temos possibilidade de aproximar no laboratório o que a indústria exige. No contexto atual, em que bolsas estão sendo cortadas em todos os lugares, é um privilégio contar com bolsa de uma instituição do porte da Petrobras para desenvolver pesquisa de ponta”, ressalta Vaz.
O estudo iniciou em fevereiro deste ano e tem previsão de ser concluída em quatro anos. O próximo passo é a caracterização de partículas de carbonos e testes com alguns poluentes para começar a desenvolver os sensores.
da assessoria da UFSJ
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