sexta-feira, 26 de novembro de 2021

COVID-19: PESQUISADORA DA UFLA FALA SOBRE O CARNAVAL EM MATÉRIA DO ESTADÃO


A realização de festejos carnavalescos em 2022 vai depender de uma avaliação da realidade epidemiológica e da cobertura vacinal de cada localidade. A análise é de especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Estadão, que alertam que o evento é de difícil implementação de protocolos sanitários, como máscaras e distanciamento social. 

Intitulada "É seguro fazer carnaval nas ruas? Especialistas recomendam observar infecções, variantes e vacinação", a matéria assinada pelo jornalista Leon Ferrari publicada na seção Saúde do jornal, na edição desta quarta-feira, dia 24, ouviu especialistas que estão atuando na pandemia, dentre eles a pesquisadora do Núcleo de Estudos em Pesquisa Biomédica (Nupeb) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), professora Joziana Muniz de Paiva Barçante. 

De acordo com a publicação, os especialistas frisam que a decisão de promover o Carnaval nos municípios precisa levar em consideração a realidade local. Segundo o jornal, tanto o superintendente de Vigilância em Saúde do governo de Santa Catarina, Eduardo Macário, quanto a coordenadora do Núcleo de Pesquisa Biomédica e professora do Departamento de Medicina da Universidade Federal de Lavras, Joziana Barçante, apontam que a decisão sobre a realização de eventos com aglomeração, como o carnaval, precisa levar em conta a realidade local. Isso porque, explica Joziana, a realidade vacinal brasileira não é homogênea. 

"Se pegarmos só os grandes centros: Pernambuco está com 57% da população total com a cobertura vacinal completa; Rio de Janeiro, 70%; São Paulo, 73%. Vemos que o cenário não é homogêneo e, se analisarmos o exterior, é mais complicado ainda", avalia Joziana na matéria do Estadão. 

A matéria ainda cita, segundo abordagem da pesquisadora da UFLA, outro ponto a ser considerado, reforça, é que a vacinação, por si só, não é capaz de bloquear a transmissão da doença. 

Por isso então, aponta a pesquisadora, a decisão precisa levar em conta, além do cenário epidemiológico local, se a cidade tem capacidade de: atender a uma demanda de saúde pública com um possível aumento de casos; fazer testagem em massa; cobrar passaporte sanitário; fazer vigilância genômica, antes e depois do evento; e intensificar a cobertura vacinal da população, para chegar a uma porcentagem razoável. 

"Sem isso não é possível ter um carnaval seguro de portas abertas", frisa. Ela ainda indica que a avaliação também precisa olhar com cuidado a população mais nova. "O grupo dos mais jovens é o que mais frequenta esse tipo de evento, mas foi o último contemplado pelos protocolos vacinais." 

De acordo com a publicação do Estadão, ao menos 70 cidades do interior de São Paulo já declararam não ter condições de realizar o evento e cancelaram o carnaval de 2022 motivadas pela pandemia de covid-19. 

Entre os motivos, as prefeituras alegam o risco de um aumento nas infecções pelo vírus. O governo do Estado disse nesta quarta-feira, 24, que a decisão caberá aos prefeitos, mas que ainda é cedo para bater o martelo sobre o tema. 


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