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ESTUDO INVESTIGA CONSEQUÊNCIAS DA COVID-19 PARA PACIENTES COM PRESSÃO ALTA EM ALFENAS

Complicações hematológicas, neurológicas e vasculares são as mais identificadas

Para entender os impactos da covid-19 em pacientes infectados e curados, estudantes e professores de graduação e pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG) estão investigando as consequências do vírus Sars-CoV-2 nas condições de saúde de pessoas com pressão alta de Alfenas. Os resultados preliminares apresentam dados importantes para que profissionais de saúde possam adequar os cuidados com essas pessoas, de acordo com necessidades específicas.

Conforme a professora Silvana Maria Coelho Leite Fava, vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e uma das pesquisadoras envolvidas no projeto “Repercussões Pós-Covid na Saúde de Pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica na Região Sul-Mineira”, a ideia surgiu a partir da própria vivência junto ao projeto “DIPER: em busca de uma melhor qualidade de vida”.

“O interesse no desenvolvimento do projeto partiu das minhas experiências do projeto de extensão DIPER, no acompanhamento de pessoas com hipertensão arterial que relatavam suas dificuldades na adesão ao tratamento anti-hipertensivo devido à predisposição à covid-19 e pelas consequências negativas pós-covid”, relata. O projeto DIPER foi criado em 1991 na Universidade com a proposta de estimular o autocuidado às pessoas com doenças crônicas, como hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus.

A população do estudo é constituída por 217 residentes de Alfenas, diagnosticados com covid-19 no período entre 15 de março a 26 de outubro de 2020, conforme registro de notificação da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. O público-alvo foi dividido entre pessoas internadas e pessoas na comunidade.

O primeiro dado relevante é em relação ao perfil da população. Segundo o levantamento, no que diz respeito às características sociodemográficas dos participantes, as mulheres com idade entre 60 e 69 anos representam 40% dos casos internados e 61,8% dos casos na comunidade.

No que se refere às comorbidades prévias, 56,7% dos participantes do estudo mencionaram ter hipertensão arterial sistêmica ou pressão alta, como é conhecido popularmente. Entre os internados, foram constatados 48,3% de casos de pressão alta, e entre os entrevistados na comunidade, essa porcentagem chega a 59,9%.

“Quanto às principais complicações pós-covid-19, estão as hematológicas, neurológicas e vasculares”, revela a pesquisadora, acrescentando que o estudo indica também que a maioria dos entrevistados buscou os serviços de saúde para tratar as complicações, representando 63% das pessoas internadas e 56,9% dos casos comunitários.

Segundo Profa. Silvana Coelho, todos esses dados são em relação ao total de participantes. O próximo passo será estratificar as variáveis para aprofundar o conhecimento sobre o perfil dos grupos que apresentaram hipertensão arterial.

Um dos diferenciais da pesquisa é o fato de a pandemia apresentar um cenário de desafios em relação às consequências da covid-19 na saúde da população. “As consequências da covid-19 nas condições de saúde e doença de diferentes grupos populacionais, incluindo as complicações de médio e longo prazo, os efeitos sobre as morbidades pré-existentes, o acesso e utilização de serviços de saúde, inclusive para outros fins, ainda são incipientes”, afirma professora Silvana Coelho.

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Por se tratar de uma doença nova, a pesquisadora reforça a necessidade de conhecer melhor as complicações e consequências, visto que ocasionam adaptações e repercussões nos padrões de comportamento, nos hábitos de vida e no processo de adoecimento crônico, como a Hipertensão Arterial Sistêmica. “A apropriação desse conhecimento permitirá elaborar ações de cuidado congruentes às necessidades pluridimensionais dessas pessoas e contribuir para as políticas públicas de saúde”, frisa.

A expectativa é que o grupo finalize a pesquisa em agosto de 2022.

*Por Ana Carolina Araújo, da assessoria da UNIFAL-MG

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