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PESQUISA DESENVOLVIDA NO INATEL É PUBLICADA NA REVISTA NATURE


O aluno de Doutorado, Eduardo Saia Lima, conseguiu um feito inédito para o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) de Santa Rita do Sapucaí, no Vale da Eletrônica. A pesquisa desenvolvida por ele como parte de sua tese, que aborda a aplicação de circuitos fotônicos integrados às redes 5G, foi publicada na Nature Scientific Report, uma das revistas científicas mais importantes do mundo. Eduardo é integrante da equipe do Laboratório WOCA (Wireless and Optical Convergent Access) e é orientado pelo professor Arismar Cerqueira Sodré Junior.

A pesquisa foi desenvolvida em parceria com duas instituições da Itália, a Scuola Superiore Sant’Anna e o Consiglio Nazionale dele Ricerche (CNR), além de pesquisadores da Unicamp. Os pesquisadores italianos foram responsáveis pelo projeto e fabricação do circuito fotônico integrado e os pesquisadores brasileiros pelos testes e aplicação do chip em uma rede 5G.

“O circuito fotônico integrado faz multiplicação de frequência elétrica utilizando o processamento fotônico. A Ideia é atingir a frequência de ondas milimétricas, o que é tipicamente muito caro para ser feito hoje utilizando componentes eletrônicos. Então, a fotônica permite fazer esse processamento de forma simplificada e, com a óptica integrada, conseguimos fazer o processamento com esse chip, reduzindo o tamanho do hardware em dezenas de vezes e também o consumo energético. Esse é o diferencial do projeto”, explica Eduardo.

Segundo ele, esse chip pode ser utilizado em uma central de distribuição para enviar o sinal 5G para várias rádio-bases, auxiliando na criação de pontos de acesso 5G operando em ondas milimétricas. Ou seja, apenas um chip consegue substituir dezenas de hardwares que ficariam na ponta do sistema. A aplicação pode ser usada ainda para as futuras redes 6G de comunicação.

“É uma pesquisa muito inovadora, uma tecnologia que está em processo de amadurecimento, por isso, esse teste com o chip utilizando 5G é muito válido. Existem poucas amostras de chips como esse no mundo e nós demonstrando que essa tecnologia funcionaria para 5G e já prospectando para 6G, uma vez que, nas futuras redes de comunicação móvel, haverá uma demanda muito grande pela integração de componentes e processamento utilizando óptica para substituir eletrônica”, detalha o aluno.

Foram três anos e meio de pesquisa, os últimos dois em parceria com as instituições da Itália, para que Eduardo chegasse a esses resultados, no entanto, a tese de doutorado dele deve ser concluída somente no ano que vem. Até o momento, a pesquisa gerou três artigos publicados em periódicos, entre eles o da Nature, e quatro apresentações em congressos nacionais e internacionais.

“Confesso que não acreditava que isso seria possível, pois é uma revista em que é muito difícil ser aceito. O apoio do professor Arismar foi fundamental. Ele acreditou desde o começo que conseguiríamos esse feito. Durante o meu mestrado ele já dizia que um dia iriamos publicar na Nature e esse incentivo dele fez toda a diferença”, relembra Eduardo.

Para o professor Arismar, essa pesquisa contribui com óptica integrada em altíssimo nível e aplicação em 5G no nível do estado da arte mundial. “Esse trabalho do programa de Doutorado do Inatel é de extrema importância e pode ser considerado um divisor de águas, pois a Nature é o veículo de comunicação científica mais importante do mundo. O primeiro volume da Nature foi publicado em 1969, há mais de 150 anos e, a partir de então, todas as grandes pesquisas do mundo, seja na área de medicina, tecnologia, economia, etc, sempre passam por lá. Muito dos prêmios Nobel publicaram na revista. Especificamente, o Nature Scientific Report, onde o trabalho foi publicado, foi em 2021, uma das 5 revistas mais citadas do mundo, com mais de 696 mil citações. Então, mostra o nível de importância desse trabalho, o impacto científico e a importância para a comunidade científica em geral”, destaca o professor.

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