 Brigadeiro Doorgal relata em 12 horas de entrevistas um pouco de sua saga pela aviação brasileira
 Brigadeiro Doorgal relata em 12 horas de entrevistas um pouco de sua saga pela aviação brasileiraLançado pela Editora C/Arte, o livro "O Último Pioneiro do Ar - O Vôo do Brigadeiro Doorgal", em sua segunda edição, registra parte da história da aviação brasileira com depoimentos de um dos seu pioneiros: o Brigadeiro Doorgal Borges de Andrada. Organizado pela socióloga Lígia Maria Pereira e pela historiadora Maria Auxiliadora de Faria, ambas da UFMG, olivro revela eventos que possibilitaram a fundação do Correio Aéreo Nacional e do aeroporto da Pampulha.
"Ele foi uma pessoa representativa para a aviação brasileira e contribuiu para integrar o país, pois no Brasil dos anos 50 ainda não havia comunicação entre todas as suas regiões e o correio ajudava a socorrer populações distantes", situa a professora Maria Auxiliadora.
Para a realização do livro foram realizadas 12 horas de entrevistas, em 1999, dois anos do falecimento do militar que viveu até os 95 anos. "É uma éspecie de autobiografia, pois o texto é a transcrição da fala dele. Nós organizamos as falas por capítulos e acrescentamos notas para situar o leitor sobre algumas citações", ressalta Maria Auxiliadora.
Nessas entrevistas, encontramos trechos como o relato dos vôos da época eda prática de pilotagem. Segundo o brigadeiro, em depoimento contido no livro, "Os aviões que nós usavamos naqueles primeiros tempos (1933) do Correio Aéreo não tinham quaisquer recursos". Assim, do Rio de Janeiro a Belo Horizonte, a orientação era feita pela estrada de ferro.
"Quando me perdia, procurava a estrada de ferro e vinha com uma bussolazinha muito pequena. Voei até na Amazônia com essa mesma bússola. Saía de Belém do Pará de madrugada, estava escuro ainda, para ir a uma ciddade chamada Imperatriz do Maranhão. Era longe, duas horas e tanto de vôo. Em baixo, a bruma e, em cima, azul. Ia mantendo-me no rumo até clarear um pouquinho, então via o rio Tocantins, que ra muito grande. Aí tocava para o rio, chegava perpendicular, dobrava e seguia seu curso. Porque ele passava dentro da cidade de Imperatriz", contou o brigadeiro.
Um dos respoinsáveis pela transformação do aeroporto da Pampulha em uma pista para fins comerciais, o brigadeiro Doorgal de Andrada relembra saudoso dos tempos em que morou na capital mineira. Diz ele, "Naquela época a cidade era uma beleza, o tempo era mais frio e as pessoas usavam muito agasalho. Aos domingos, o passeio era no parque municipal, que era muito maior e mais bonito. A vida em Belo Horizonte parecia um sonho, uma beleza".
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