A Soyminas, primeira usina de biodiesel do Brasil, vai deixar de produzir o biocombustível. Instalada em Cássia, a usina investiu R$ 1,5 milhão em uma unidade de extração de óleo vegetal por solvente. Para isso irá utilizar, principalmente, a soja e o girassol. Contatos com produtores de girassol estão em negociação e a previsão é que a usina inaugure ainda nesta semana, com capacidade de processar diariamente 200 toneladas de grãos. Inaugurada em 2005 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Soyminas chegou a produzir diariamente 100 mil litros de biocombustível. Porém, de acordo com o engenheiro Artur Augusto Alves, diretor geral da usina, vários fatores, principalmente o mercado, fizeram com que a produção fosse modificada.
Apesar de começar a produzir óleo vegetal em fevereiro deste ano, a Soyminas não fabrica o biodiesel desde 2007, quando a empresa foi negociada para um grupo de Brasília, do ramo de óleo vegetal, que fez uma série de alterações na fábrica, já com a intenção de mudar o ramo de negócio. Enquanto isso, a fábrica ficou paralisada e os 22 funcionários responsáveis pela produção foram demitidos. No início do ano passado, Artur readquiriu a empresa e continuou a investir nos novos equipamentos, além de aumentar a área física da empresa e construir um barracão.
Estratégia
Produzir óleo vegetal, para Artur Augusto Alves, é mais rentável que o biodiesel. A mudança de produção, como explica, foi uma estratégia de sobrevivência. Comparando os preços, o diretor geral da usina em Cássia, diz que uma tonelada de óleo chega a custar R$ 2 mil. Já a mesma quantidade de biodiesel - que tem um processo de produção bem mais caro - é vendida a, no máximo, R$ 2,3 mil nos leilões. “Quando o preço do leilão for economicamente viável, poderemos voltar a produzir biodiesel”, garante.
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