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CAFEICULTURA: CAMPO DAS VERTENTES É RECONHECIDA COM INDICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA

Região passa a ser mais valorizada por suas características únicas. A IP é resultado do trabalho desenvolvido pelos produtores rurais com o apoio do Sebrae Minas

Na semana passada, o Campo das Vertentes foi reconhecido como região produtora de café e recebeu a chancela de Indicação de Procedência (IP) do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O território agora é o terceiro de Minas Gerais a receber o reconhecimento de Indicação Geográfica (IG), tendo o café como produto. A conquista é fruto de intenso trabalho desenvolvido por entidades da região, com o apoio do Sebrae.

A concessão da IP foi publicada pouco mais de um ano após o registro do pedido junto ao INPI, em 14 de novembro de 2019, pela Associação dos Cafeicultores do Campo das Vertentes (Acave).

A região é conhecida pelo clima ameno, uma excelente altitude para a produção e características próprias que vão desde o apuro técnico até valores históricos e culturais ligados à produção de café. Fazem parte do Campo das Vertentes, 17 municípios mineiros: Bom Sucesso, Camacho, Campo Belo, Cana Verde, Candeias, Carmo da Mata, Conceição da Barra de Minas, Ibituruna, Nazareno, Oliveira, Perdões, Ritápolis, Santana do Jacaré, Santo Antônio do Amparo, São Francisco de Paula, São João Del Rei e São Tiago. 

A partir de agora, os cafés produzidos na região poderão ser comercializados com a garantia de origem, a qual resguarda que o produto tem características únicas e que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar, em razão de sua origem geográfica específica.

Atualmente, o Brasil tem 73 Indicações Geográficas registradas. A maioria delas são de pequenos negócios no segmento do agronegócio, muito diferentes entre si e localizadas principalmente no Sul e Sudeste (60%). No caso do café, são sete IGs reconhecidas, sendo duas por denominações de origem (Região do Cerrado Mineiro e Mantiqueira de Minas) e outras cincos por indicações de procedência (Alto Mogiana, Norte Pioneiro do Paraná, Oeste da Bahia, Região de Pinhal e Campo das Vertentes). 

Dedicação e trabalho
O trabalho do Sebrae com o café da região começou há 10 anos, na microrregião de Lavras, junto aos produtores e instituições relacionadas à cafeicultura no território. De lá para cá, foram realizadas capacitações, consultorias e ações para promover o aumento da produtividade e o fortalecimento da governança setorial. Por meio desse trabalho, surgiu a Associação de Cafeicultores do Campo das Vertentes (Acave).

Em 2015, o Sebrae realizou um diagnóstico da potencialidade do território e a partir daí deu início ao processo de reconhecimento da produção de cafés especiais da região do Campo das Vertentes conduzido pela Embrapa Café, EPAMIG e Sebrae. Neste período, foram avaliados diversos fatores da produção do café, incluindo o produto, método de produção, identidade, territorialidade, desempenho econômico e pesquisa envolvida.

Reconhecimento e valorização
Para Glaucya Souto, analista do Sebrae Minas, a Indicação de Procedência é o resultado do processo de estruturação da região. “Com esse trabalho, o Campo das Vertentes garante o reconhecimento da produção de cafés, o que traz valorização e proteção. Sabemos do grande potencial da região e queremos agregar valor para o produtor, dando mais oportunidades de ganhos econômicos e sociais”, relata.

De acordo com o analista do Sebrae Minas, Rogério Galuppo, o Campo das Vertentes agora se junta a outras regiões produtoras de café no estado com Indicação Geográfica: o Cerrado Mineiro e a Mantiqueira de Minas, que já possuem Indicações de Procedência e Denominações de Origem. “As indicações geográficas são instrumentos muito poderosos para proteger e promover a região. O desafio agora é controlar o uso da marca e incentivar o processo de gestão da estratégia do território”, explica.

Para o presidente da Acave, Giordany Lage, o reconhecimento trazido pela IP é uma vitória para a região. “Estamos vibrando e conscientes que nosso desafio será ainda maior. Temos orgulho da nossa região e sabemos do potencial e da qualidade do nosso café. Antes, não tínhamos uma identificação própria. Agora, temos o café do‘Campo das Vertentes’,” comenta.

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