terça-feira, 19 de julho de 2011

KAKÁ É INVESTIGADO POR MAU USO DE VERBA

Para comprovar o gasto de R$ 5.126,35, o prefeito Kaká apresentou uma nota de 882,8 litros de diesel e 1.268,4 litros de gasolina que teriam abastecido o tal Fusca
Um Fusca total flex que consome 882,8 litros de diesel e 1.268,4 litros de gasolina por mês. Quatrocentos quilos de carne para alimentar 25 crianças. Essas foram algumas das notas fiscais, no mínimo curiosas, apresentadas pelo prefeito de Cambuquira, Evanderson Xavier Kaká (PT), à Câmara Municipal. Desconfiados, pelo absurdo dos gastos, os vereadores da cidade do Sul de Minas enviaram as notas para o Ministério Público de Minas Gerais, que instaurou inquérito civil para apurar o caso. Para o prefeito, as denúncias são intrigas da oposição, que está de olho nas eleições do ano que vem.

Na cidade, ninguém nunca viu um Fusca total flex, até porque nunca foi fabricado um modelo movido a diesel e gasolina. Os vereadores dizem que a prefeitura não tem, na sua frota, nenhum carro do modelo. Entretanto, para comprovar o gasto de R$ 5.126,35, o prefeito apresentou uma nota de 882,8 litros de diesel e 1.268,4 litros de gasolina que teriam abastecido o tal Fusca. Levando-se em conta que o carro consuma em média um litro de combustível a cada 10 quilômetros rodados, a quantia daria para percorrer 12.684 quilômetros, mais de 53 viagens a São Paulo, que fica a 238 quilômetros de Cambuquira.

Muito preocupado com a alimentação das 25 crianças do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), em um mês, o prefeito comprou 200 quilos de músculo e 200 quilos de peito de frango, no valor de R$ 2.238. Fazendo as contas, cada criança comeu em 30 dias quase dois quilos de carne por dia. O mais curioso é que, para os mais de 1,3 mil alunos das escolas estaduais, a prefeitura comprou 500 quilos de carne, pouco mais do que a compra feita para as 25 crianças. Em relação à compra de carnes, a prefeitura informou que a nota fiscal foi emitida depois de seis meses de entrega do alimento. Já em relação à quantidade impossível de gasolina e diesel para abastecer o Fusca em um mês, o Executivo informou que houve engano na emissão da nota de empenho e que os combustíveis foram usados em vários carros da Secretaria de Saúde e que o erro já foi corrigidos. 
por Amanda Almeida, do Estado de Minas

Um comentário:

Pró conselhos disse...

Deveriamos ter mais rigor e determinação de prioridade ao combate do mau uso do dinheiro público, assim como com todas as ações de corrupção dos poderes públicos. Estas são as causas da maior parte das mazelas sociais: Mortes prematuras, doenças incapacitantes que poderiam ter sido curadas, "acidentes" por negligência...insegurança pública,...etc.