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CORAL DE CRIANÇAS VÍTIMAS DA GUERRA DE UGANDA SE APRESENTARAM EM BELO HORIZONTE

Formado por crianças órfãs que superaram 
situações de violência, coral apresenta música e exemplos de vida
Belo Horizonte recebeu nesta sexta-feira, 5, vinte crianças africanas do coral Watoto. Além de despertar emoções com a reunião das jovens vozes, o grupo apresentou histórias de gente grande e muita lição de vida: todos os pequenos artistas são órfãos. Os pais morreram vítimas da aids ou em meio à guerra da Uganda. Muitas das crianças chegaram a ser sequestradas e tornaram-se soldados mirins, separados das famílias e criados por rebeldes para matar como máquinas. Em alguns casos, as pequenas vítimas foram estupradas por militantes rebeldes.

O projeto Watoto atua para resgatá-los. Fundado por missionários canadenses em 1994, o programa de cuidado holístico surgiu em resposta ao número expressivo de crianças órfãs e mulheres em situação de vulnerabilidade em Uganda. As crianças vivem em pequenas comunidades ou vilas com uns poucos adultos que oferecem o trabalho de ressocialização, profissionalização e educação. O projeto faz parte da ideia global New generation, que busca transformar estas crianças em futuros líderes de Uganda - com foco na família e no cuidado - para que elas, quando adultas, cuidem da próxima geração.

Revolução pela música
Os corais Watoto atuam como embaixadores para chamar a atenção para a condição das crianças órfãs e vulneráveis da África. Além de divulgarem o projeto, elas levam um pouco do ritmo de Uganda ao mundo.

Cada um dos pequenos que faz parte do coral já sofreu com a perda de seus pais, seja por causa da guerra ou por doença. A experiência da turnê traz a oportunidade de oferecer a elas a exposição e o contato com outras culturas, contribuindo assim para a ampliação de sua visão do mundo, além de propiciar a elas segurança e coragem, ajudando-as a enfrentar suas próprias situações de tristeza e desamparo.

O coral se apresentou na sexta-feira, 5, na 8º igreja presbiteriana de Belo Horizonte, às 20h com entrada franca. Sábado e domingo as apresentações foram feitas na Igreja Batista da Lagoinha às 10h e Igreja Batista Central, às 18h, respectivamente.

Além de Uganda
Situação semelhante pode ser encontrada na República Democrática do Congo, país que ficou em último lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2011. O bacharel em direito, Mark Pereira dos Anjos, de 28 anos foi trabalhar na cidade de Goma, no ano passado, a convite de um professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e se encantou com o trabalho.

O objetivo da visita era dar continuidade a um programa de cooperação entre a Université Libre des Pays des Grands Lacs (ULPGL) e a UFLA, em um projeto acadêmico chamado Vozes da África, que ensina países africanos os conceitos de segurança alimentar, agroecologia e produção sustentável. Neste perídodo, Mark conheceu as vilas de crianças refugiadas da República Democrática do Congo, com histórias de transformação, superação e muita música.
Estudante de direito, Mark (dir) viajou até o Congo 
para integrar projeto de apoio humanitário
Os três meses que viveu no Congo serviram para inspirá-lo a criar uma fundação brasileira de incentivo. E foi isso que fez ao voltar para casa, iniciando um braço da comunidade em Lavras, no Sul de Minas. Ele tem angariado fundos e feito seminários sobre o assunto. Além de buscar o incentivo de projetos científicos dos acadêmicos voltados para o tema. Em uma campanha feita no ano passado, conseguiu enviar mais de 500 peças de roupas, alimento e dinheiro para a fundação em Goma.

"O Projeto Vozes da África despertou meu interesse ainda aqui no Brasil, desde que tomei conhecimento da ideologia aplicada e do impacto positivo em potencial que poderia causar nas populações locais africanas. Mas quando cheguei lá fui impactado pelas crianças e suas histórias. A realidade africana é muito dura", recorda Mark.

"Na República Democrática do Congo especificamente, foram várias décadas de ditadura e, após esse período, vários anos de guerra civil e conflitos tribais. Todavia, o povo congolês é muito solidário e amigável. Esse tipo de experiência nos sensibiliza e demonstra como um povo pode ser alegre e esperançoso em situações tão adversas", completou o jovem.

Para conhecer o braço do projeto no Brasil, visite a página oficial do programa no Facebook. 
por Tábita Martins - do Estado de Minas

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