terça-feira, 13 de março de 2018

PESQUISA DO CEFET VARGINHA ESTUDA DANOS DA CHUVA ÁCIDA EM VEGETAIS


Nuvens, chuvas e até neve podem ser compostas por ácidos gerados pela emissão de gases poluentes, principalmente nos países com processo de desenvolvimento desordenado das indústrias. E quais são as consequências desse fenômeno? 

Pesquisa desenvolvida no campus Varginha do CEFET-MG busca esclarecer os efeitos provocados pela chuva ácida e suas consequências na agricultura.

O plantio de milho, feijão e ervilha, vegetais amplamente cultivados na região, foi usado para desvendar os impactos do fenômeno da chuva ácida, além de encontrar meios de diminuir a ação que os ácidos exercem sobre plantações e estruturas e propor medidas que amenizem a emissão dos gases poluentes.

Após a análise química e física do solo e as devidas correções de nutrientes, as sementes das espécies selecionadas foram plantadas e regadas com soluções compostas por ácido sulfúrico diluído em água. 

Após alguns meses, foram feitas algumas medições nas mudas para verificar seu desenvolvimento, como altura, número de folhas, frutos e grãos. 

Foi constatado que a diminuição do pH da irrigação, tornando-a mais ácida, prejudica o crescimento e a produtividade das plantas da ervilha, por exemplo.

O aluno de Edificações Augusto Henrique do Carmo avalia que o importante para uma pesquisa é a possibilidade de mudança ou melhoria para o mundo. 

Um dos pontos altos do trabalho, segundo ele, foi a coleta de informações sobre a germinação do feijão e o número de frutos da ervilha quando expostos à acidez. 

“Com isso, a nossa pesquisa tem sua relevância quando explicitamos o problema que a chuva ácida pode acarretar ao agronegócio, fonte de nossa alimentação e de renda para muitos. Propusemos também uma possível solução, com o modelo experimental de dessulfurização”.

Já o aluno do curso técnico em Mecatrônica Guilherme Carvalho Prado explica que o dessulfurizador produzido durante as pesquisas capta o dióxido de enxofre (SO2) do meio atmosférico, filtra o poluente e libera o ar sem ele. 

A eficácia do sistema foi comprovada na prática, pois o nível da filtragem atingiu aproximadamente 86%. 

“O nosso modelo traz um protótipo muito mais barato, já que utilizamos de vidrarias de laboratório sem nenhum componente complexo. Ou seja, além do baixo custo, tivemos eficiência relativamente alta e também consideramos que se trata de um protótipo com chances de melhorias e otimizações na sua função e na sua estrutura”, vislumbra Guilherme.

Augusto explica ainda que pretende continuar os experimentos este ano juntamente com outros voluntários. 

“Uma pesquisa que envolve chuva tem que ocorrer por um bom tempo para que os resultados sejam mais exatos. A ideia é que seja ampliada e novos cultivares sejam testados, como o café, amplamente usado na região, e que se for impactado pela acidez, pode influenciar nos setores alimentar, econômico e social do entorno”, analisa.

Febrace
O trabalho contou também com a participação do aluno Eduardo Henrique Silva e foi orientado pela professora Gilze Belém Chaves Borges com a coorientação da professora Cristina Roscoe Vianna, todos do campus Varginha do CEFET-MG.

Com o título “Influências da precipitação ácida sobre cultivares agrícolas e desenvolvimento de um sistema experimental de dessulfurização” a pesquisa foi uma dos oito do CEFET-MG selecionadas para participar da 16º Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que acontece nos dias 13,14 e 15 de março, na Universidade de São Paulo (USP).

com assessoria

Nenhum comentário: