quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

UFLA PARTICIPA DE COOPERAÇÃO HUMANITÁRIA NO HAITI PARA IMPLANTAR CULTURA DO COCO ANÃO VERDE


A convite da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores (MRE), a Universidade Federal de Lavras (UFLA) está participando de um projeto de cooperação humanitária para implantar a cultura do coco anão verde no Haiti. A primeira visita ao país foi realizada de 20 a 26 de janeiro, com o objetivo de prospectar as condições de cultivo das regiões indicadas para plantio.

A missão foi liderada pelo chefe do Setor de Cooperação da embaixada brasileira, João Eduardo Martin. Também fizeram parte da equipe a analista de projetos da ABC Carolina R. Salles Smid, o professor do Departamento de Agricultura (DAG) da UFLA Antonio Decarlos Neto e o tradutor e intérprete da ABC Paulo Cohen.


No dia 20, a equipe foi recebida pelo embaixador do Brasil no Haiti, Fernando Vidal, e encaminhou-se à sede do Ministério da Agricultura, dos Recursos Naturais e do Desenvolvimento Rural (MARNDR), em Porto Príncipe, onde se reuniu com o titular da pasta, o engenheiro agrônomo Jourert C. Angrand. Na sequência, foi realizada uma reunião com os engenheiros agrônomos das diferentes regiões que produzem coco no país e o professor da UFLA fez uma apresentação técnica sobre o coco anão verde.

Durante a semana, os integrantes da missão visitaram as duas regiões indicadas pelo governo do Haiti para receber as sementes do coco anão verde: os departamentos (“estados” haitianos) do Sul e de Nippes, onde há estações agrícolas governamentais próximas às regiões de Camp-Perrin e Fonds-des-Nègres, respectivamente.

Além de conhecer as instalações governamentais e avaliar sua viabilidade para o plantio, a equipe se reuniu com técnicos e produtores locais, para ouvir suas necessidades e perspectivas. Também foi feita uma visita à região de Saint-Jean, no departamento Sul, onde a produção de coco foi devastada pelo Furacão Matthew, em 2016, e será recuperada com o projeto.

O coco é um alimento de subsistência no Haiti. As famílias o produzem para sua própria alimentação e comercializam o excedente nos mercados locais. No país, predomina o cultivo da variedade Gigante da Malásia, muito suscetível à doença Amarelecimento Letal, que pode causar a morte do coqueiro em um período de seis meses. Ainda não há casos de ocorrência dessa doença no coco anão verde do Brasil.

Próximos passos
A participação do Brasil no acordo de cooperação incluirá a doação de até 500 sementes de coco anão verde e o acompanhamento in loco da produção, por um período de três anos. As atribuições dos participantes, bem como as próximas etapas do projeto ainda serão definidas.

As sementes serão plantadas, em regime de quarentena, em um germinador com capacidade para 500 unidades. Em seguida, serão transpostas para um viveiro de um hectare de extensão, na estação governamental Ferme de Lévy, próxima a Camp-Perrin. O local servirá como um “campo de matrizes”, para a difusão da espécie. 

“O objetivo é tornar os haitianos autossuficientes na produção de sementes. Após 2 anos do primeiro cultivo, eles já poderão plantar suas próprias sementes e distribuí-las aos agricultores”, esclarece o docente da UFLA.

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