Pular para o conteúdo principal

MINAS TEM 48 BARRAGENS COM 689,5 MILHÕES DE METROS CÚBICOS DE REJEITOS NAS ESTRUTURAS

Legislação determina que barragens devem ser descaracterizadas até 25 de fevereiro, mas o processo e o prazo devem levar em conta estruturas individuais e segurança

Minas Gerais tem atualmente 48 barragens de rejeitos de mineração com método construtivo a montante ou desconhecido. O volume total de rejeitos depositados nessas estruturas soma 689,5 milhões de m³, segundo levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) no Portal SIGBM da Agência Nacional de Mineração (ANM).

De acordo com a legislação de Minas Gerais, essas barragens devem ser descomissionadas até 25/02/2022. Mas conforme o estudo, a forma de descaracterização e o prazo não podem ser iguais para todas, pois cada uma possui suas próprias características estruturais, assim como de segurança. 

“Defendemos que seja cumprida a Lei Federal e o órgão técnico defina o cronograma para o descomissionamento das barragens. Mas o mais rápido não é o melhor. O melhor para todos é o mais seguro”, afirma Flávio Roscoe, presidente da FIEMG.

Segundo Roscoe, o risco aceitável é o risco que não compromete a segurança. “Quando mexe na barragem, o risco é maior. E se é maior, não é possível chegar lá em cima com homens, máquinas e equipamentos sem ter um prazo e uma análise técnica segura”, esclarece.

Por este motivo, cada empreendedor apresentou um cronograma para a descaracterização das barragens, considerando o prazo e o método necessário para que seja feita de forma segura. Seria importante estabelecer um prazo específico para cada barragem, de acordo com o cronograma e método de descaracterização apresentados pelos empreendedores e técnicos, além de análise e aprovação da ANM, avalia Thiago Rodrigues Cavalcanti, gerente de Meio Ambiente da FIEMG.

“O método e prazo para a descaracterização de cada barragem são diferentes. Depende de variáveis como tamanho, nível de água, de emergência e da quantidade de rejeitos que pode ser retirado sem abalar a estrutura”, explica Cavalcanti. Segundo ele, todas as barragens a montante devem ser descaracterizadas. “Mas cada uma a seu tempo e considerando todos os critérios de segurança”, diz.

Há várias formas de se descaracterizar uma barragem. Mas se todas forem consideradas iguais pelo Estado e for determinado que sejam descaracterizadas mediante a remoção do rejeito e de toda a estrutura, eles certamente terão que ser tratados e levados para outro local, com grandes impactos ambientais e sociais.

O levantamento feito pela FIEMG apurou que, se todas as barragens seguirem a hipótese acima, para transportar o volume total de rejeitos depositados nas estruturas a montante, seriam necessários 91,9 milhões de caminhões, que levariam prazo de 50,3 anos para transportar todo o material, considerando a disponibilidade de 1 mil caminhões por dia, trabalhando por 24 horas.

No transporte do material, segundo o levantamento, seriam emitidos 3,3 milhões de toneladas de carbono pelos caminhões, considerando um deslocamento médio de 60 km e o consumo médio de 4 km por litro. Isso equivale a 21,57% do total de CO2 emitido por todas as usinas termoelétricas no Brasil em 2013.

Se for empilhar todos esses rejeitos com altura média de 50 metros, seriam necessários 1.379 hectares de novas áreas para dispor os rejeitos, o equivalente a 57 estádios do porte do Maracanã. Só para ter uma ideia, uma pilha de 50 metros equivale a um prédio de 16 andares.

Para ler o estudo completo, clique AQUI.

*Com assessoria da FIEMG

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CAMPEÃS!

A equipe de Futsal Feminino Módulo 2 da Escola Estadual Azarias Ribeiro, comandada pelos professores Cascata e Daniela, venceu os Jogos Escolares de Lavras e segue agora para a disputa da fase Microrregional, que também será disputada em Lavras.

OPERAÇÃO MAR DE MINAS IV PRENDE MAIS DE 400 PESSOAS E APREENDE R$ 4,7 MILHÕES NA REGIÃO DO LAGO DE FURNAS

Forças de segurança do Estado atuaram de forma integrada com, durante mais de um mês, combatendo irregularidades e crimes A Operação Mar de Minas IV, promovida pelo Governo de Minas com órgaõs federais e instituições parceiras, teve um saldo de 2.376 apreensões feitas pela fiscalização tributária, que somaram R$ 4,7 milhões, e prendeu 401 pessoas, sendo 385 em flagrante. O balanço foi realizado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), nesta terça-feira (24/6). Os trabalhos começaram no dia 19/5 e se estenderam até o último domingo (22/6). Realizada de força integrada, a operação reuniu as forças de segurança estaduais, federais e instituições parceiras, empregando um efetivo de 617 integrantes, 238 viaturas, 11 embarcações, duas motos aquáticas e um drone. As ações preventivas, repressivas e de fiscalização ocorreram em diferentes pontos da região do Lago de Furnas, visando garantir a segurança dos turistas, do comércio e da população local. Houve abordagens e...

CAPOEIRISTAS DE VARGINHA LEVAM A ARTE DA CAPOEIRA PARA A EUROPA

Os capoeiristas da Casa da Capoeira – unidade Varginha seguem ampliando as fronteiras da arte e da cultura brasileira. No início de junho, Osvaldo Henrique (Mestrando Pé de Vento), João Neto (Instrutor Red Bull) e Luís Gustavo (Instrutor Panga) embarcaram em um tour internacional pela Europa, levando a capoeira de Varginha para quatro países: Portugal, França, Alemanha e Polônia. Durante a viagem, os atletas ministraram oficinas, participaram de workshops e realizaram atividades com grupos locais, fortalecendo laços culturais e promovendo intercâmbio com capoeiristas de diversos países. A turnê abriu novas possibilidades de parcerias e projetos futuros no exterior. O trio retornou a Varginha no dia 23 de junho, mas a agenda apertada não permitiu descanso. Já na última quinta (26/06), eles embarcaram rumo a Brasília, onde os instrutores Red Bull e Panga participam do Volta ao Mundo Bambas (VMB), considerado o maior campeonato de capoeira do mundo. Luís Gustavo disputará a seletiva da ca...