segunda-feira, 9 de outubro de 2023

6 FATOS QUE TORNAM ESSA GESTÃO DIFERENTE DE TUDO QUE JÁ VIMOS NA UFLA


A atual gestão é diferente de tudo que a comunidade universitária da Universidade Federal de Lavras (UFLA) vivenciou nas últimas 3 décadas. Vou apresentar 6 fatos que comprovam isso.

Primeiro: Escolha controversa da equipe de gestão
O atual reitor escolheu muitos cargos de confiança sem levar em conta a formação acadêmica e a capacidade de liderança. O caso mais estranho e grave é, sem dúvida, a escolha de um professor da Engenharia Florestal para chefiar a Biblioteca da Universidade. Isso não tem lógica sob nenhum ponto de vista. O escolhido do Reitor não tem nenhuma formação ou experiência profissional que o habilite para esse trabalho. E pior que a ausência de formação e experiência, ele não conseguiu (e parece que nem tentou) desenvolver um espírito de equipe e assumir a liderança do setor.

Pasmem, para justificar essa nomeação, o João disse em uma reunião do conselho universitário (CUNI) que ele escolhe as pessoas para ocupar os cargos simplesmente por confiança. Segundo o João, para ele, formação acadêmica e experiência profissional não são fatores que limitam a sua escolha.

Infelizmente os problemas não param por aí. Além da biblioteca, que é de longe o caso mais grave, as escolhas polêmicas do João racharam setores que eram referência em clima organizacional, como é o caso da PROINFRA e da DGTI.

Segundo: A rejeição da gestão ultrapassou os muros da UFLA
Pela primeira vez nessas mais de 3 décadas de UFLA eu vi a classe política e a mídia local formarem unanimidade contra uma gestão. Críticas pontuais da mídia e de alguns vereadores e cidadãos sempre existiram e fazem parte do salutar regime democrático. Contudo, a atual gestão conseguiu o feito inédito de formar unanimidade na rejeição do seu mandato. A rejeição é nítida na Câmara Municipal, na Mídia local e nos diálogos entre os cidadãos. Não escuto nenhum elogio. A imagem da Universidade foi gravemente arranhada na comunidade externa, principalmente pela incapacidade de fazer o hospital universitário funcionar. Reduziu-se bastante no município a admiração e o orgulho de ter a Universidade na cidade.

Terceiro: Um mandato sem grandes realizações
Eu não lembro de um outro mandato em que a UFLA não teve um avanço relevante. Não há nenhuma grande realização. Nada. É a primeira gestão que isso acontece. Parece que a UFLA ficou congelada no tempo. Nenhum avanço. Pelo contrário, tivemos vários retrocessos. Muita coisa piorou nesses quase 3 anos e meio.

Quarta: Um reitor colocar em suspeição todos os pesquisadores da UFLA e a Fundação de Apoio
O reitor, sem nenhuma explicação, fez acusações contra a Fundação e levantou suspeitas de crimes em uma reunião do CUNI transmitida ao vivo no Youtube. Como era de se esperar, essas falas ganharam a mídia local e colocaram em suspeição todos os projetos de pesquisa, os funcionários da Fundação, a continuidade da existência da fundação, as empresas que prestam serviços e fornecem materiais e os servidores técnico-administrativos e docentes que atuam nos projetos.

Se é verdade que ocorreram desvios em alguns projetos, de fato precisa apurar, não questionamos isso. Mas porque tratar desse assunto de forma tão atrapalhada e levantar suspeição sobre todos?

Por fim, para tentar minimizar os efeitos das suas falas, o Reitor convocou o seu braço direito, o assessor de governança Adriano Higino para liderar a elaboração de um relatório que desmentiu tudo que ele falou no CUNI.

Quinto: Uma equipe de gestão sem engajamento
Não se nota na grande maioria dos atuais ocupantes de cargos de confiança do atual reitor engajamento com a sua gestão. A impressão que eu tenho é que cada um está ali porque precisa ou quer manter o adicional no salário e não quer perder o status que o cargo lhe confere. Parece que cada um faz a sua parte e pronto. Não se percebe admiração, como via-se em um passado recente.

Não é difícil notar que a maioria dos ocupantes de cargos de confiança tem muitas críticas ao Reitor, mas em razão do cargo que ocupam, se omitem e procuram fazer o trabalho que lhes foi confiado , dentro das condições que possuem.

Sexto: Um mandato com 3 vice-reitores
Pela primeira vez na história um reitor teve 3 vice-reitores. Sem dúvida isso é evidência de sérios problemas. Os 5 fatos anteriores ajudam a explicar as duas renúncias. Eu tive a sorte de nunca ter trabalhado diretamente com o João. Mas as pessoas que já trabalharam como subordinados do Reitor dizem que ele é uma pessoa intransigente e pouco aberta para o diálogo. Além de ser pouco aberto ao diálogo, dizem que ele não aceita que os seus argumentos e as suas escolhas estão equivocados ou não são as mais adequadas. Isso faz com que as pessoas que estão a sua volta fiquem desmotivadas e prefiram se omitir ou pedir para sair.

A tão aguardada campanha eleitoral que se inicia no dia 12/10/2023, isso mesmo, no feriado :) nos dará a ideia da rejeição da atual gestão por meio dos debates e manifestações de apoio. Contudo, a eleição nos dará em números, por meio da porcentagem de votos conquistados pelo candidato indicado pelo reitor em cada segmento da comunidade universitária, o tamanho da rejeição da gestão 2020-2024. Estamos ansiosos por esse resultado.

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