Um bom candidato ao Senado pode ficar pelo caminho se não tiver ao lado um bom candidato ao Governo. O senador Marcello Crivella (PRB) é um candidato forte, mas ainda procura um candidato a governador. Há diversas possibilidades, mas concretamente são só duas opções: o governador Sérgio Cabral (PMDB) e o ex-governador Anthony Garotinho (PR). Se a candidatura de Lindberg Farias (PT) vingar, o problema de Crivella, aliado de Lula no Plano Federal, estaria resolvido. O prefeito de Nova Iguaçu tem a estratégia pronta: viria ao governo e abriria as vagas ao senado para Crivella e para o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT). Crivella poderia também tentar convencer o deputado estadual e apresentador Wagner Montes (PDT), que trabalha na Record e está bem colocado nas pesquisas, a vir ao Governo. Poderia também se coligar com o PDT, caso este não coligue com Cabral, e lançar uma candidatura mais fraca ao governo, apenas para não ficar sem palanque de tudo. Fala-se no nome do vereador Leonel Brizola Neto (PDT).
Mas tudo até aqui é sonho e especulação. Se quiser se garantir para o ano que vem, Crivella precisa se acertar com um dos dois nomes mais fortes para o Governo do Estado, Cabral e Garotinho. Com Garotinho, Crivella, até que se prove o contrário, tem boa relação. Em 2002, quando foi eleito, formou uma chapa branca com Garotinho e Rosinha. Há uma vaga disponível na coligação de Garotinho, que até agora só tem um candidato, o pastor Manoel Ferreira (PR). Um arranjo mais difícil seria na chapa de Cabral, que diz não abrir mão de manter o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Segundo ele é mais fácil o sargento Garcia prender o Zorro do que Pezão não estar na chapa majoritária em 2010. Cacique-mor do PMDB no Rio, Jorge Picciani, desta vez parece decidido a não abrir mão de uma das vagas no Senado. Sobra apenas a segunda vaga no Senado para acalmar a ira do PT do Rio, onde a maioria parece inclinada a apoiar a reeleição de Cabral, mas a unanimidade está longe de ser alcançada. Se Cabral abrir espaço na chapa para o PT indicar o vice e conseguir trazer Crivella para a segunda vaga no Senado, forma uma chapa forte e um palanque consistente para Dilma. Ah, mas tem ainda uma pedra neste caminho, que se chama Lindberg Farias – uma candidatura ao Senado cairia bem como prêmio de consolação para quem dificilmente terá a indicação para disputar o governo pelo PT.
Alexandre Campbell, Blog do Campbell
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