RIO DE JANEIRO. Uma iniciativa do governo federal de R$ 4,5 bilhões terá forte impacto econômico, energético e ambiental: o programa de incentivo ao sistema do chuveiro híbrido, uma espécie de "flex" que funciona ao mesmo tempo como aquecimento solar e como chuveiro elétrico tradicional. No total, 2,66 milhões de casas poderão ter esse sistema a partir do próximo ano até 2014. A economia significaria retirar todo o consumo de uma cidade como Belo Horizonte do sistema elétrico nacional, evitando emissões de gases poluentes em volume equivalente à frota de veículos de Brasília. De acordo com cálculos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o chuveiro híbrido pode conduzir a uma economia em torno de 40% do consumo mensal de energia elétrica das famílias de baixa renda.
A ideia é que a opção por outro tipo de energia faça com o que o consumidor ajude a diminuir possíveis sobrecargas em horários de "auge" de consumo, tornando o sistema mais equilibrado e menos suscetível a problemas. "Calculamos que em torno de 10 milhões de pessoas serão beneficiadas", disse o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim. No sistema solar tradicional, há um boiler para aquecer a água nos dias sem sol - ou seja, o sistema complementar é o mais caro e mais poluente, muito usado por hotéis e nos Estados Unidos, por aquecer grandes quantidades de água em reservatórios. Já o chuveiro híbrido tem uma diferença fundamental: quando não há sol, funciona como chuveiro elétrico - e a água é aquecida em pequenas quantidades, diretamente na hora do uso. Assim, polui menos e é muito mais econômico. O uso do sistema "flex" tende a reduzir muito a conta de luz das famílias, com impacto maior para os pobres. Para essa população, a conta pesa mais no orçamento - e o chuveiro é, junto com a geladeira, o maior gastador de energia.
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