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OS BONS VENTOS DE 2013

Quem acompanha o noticiário e as observações de alguns analistas está sendo levado a crer que o país atravessa uma grave crise econômica, com repercussão negativa sobre a inflação, o crescimento e os investimentos. O auge desse movimento foi a chamada “inflação do tomate”, símbolo de um suposto descontrole de preços, que, ao fim e ao cabo, mostrou-se inexistente. De fato, houve uma alta do preço dos alimentos, mas é a mesma elevação que costuma ocorrer no início do ano, em razão da entressafra. Passado o choque sazonal, os preços começaram a cair. A caixa de 20 kg de tomate, que chegou a R$ 120 em abril, era vendida a R$ 30 na Ceasa Minas, na última quarta-feira.

Não se trata de menosprezar o impacto da inflação na economia e no bolso dos mais pobres, mas de não distorcer a realidade e pintar um quadro sombrio. A presidente Dilma Rousseff já disse mais de uma vez que o governo será implacável contra a inflação, da mesma forma que continuará trabalhando para manter e gerar novos empregos – digo isso porque vozes da oposição defendem que o remédio para a inflação é o desemprego e o achatamento de salários, medidas que estão fora de cogitação neste governo. O Banco Central permanece vigilante quanto à subida de preços. O IBGE mostrou que o preço dos alimentos continuou desacelerando em abril, quando a inflação voltou a ficar abaixo do teto da meta, desinflando uma crise artificial. Nem expoentes da oposição acreditam em descontrole inflacionário.

Na balança comercial, o aumento das importações é explicado em grande medida pela compra de máquinas e equipamentos e de matérias-primas e insumos intermediários. Sempre que o Brasil importou mais nesses segmentos, o resultado foi maior produção industrial. Na comparação com abril do ano passado, a produção industrial brasileira aumentou 8,4%, a taxa mais alta registrada desde agosto de 2010. O crescimento na produção doméstica de máquinas e equipamentos foi de 3,2%, outro indicativo da retomada da expansão da economia.

Nenhum país está imune à crise econômica internacional. O Brasil, no entanto, tem conseguido atravessá-la relativamente bem. Em 2012, recebemos US$ 65 bilhões em investimentos estrangeiros, o que nos valeu o terceiro lugar no ranking dos países que mais atraíram investimento do exterior. Nos quatro primeiros meses deste ano, já ingressaram no país outros US$ 19 bilhões. Retomadas em maio, as rodadas de licitação para exploração de petróleo no Brasil renderam ao país R$ 2,7 bilhões, atraindo 30 empresas, de 12 países, que, juntas, investirão outros R$ 7 bilhões até 2018. Em outubro, será licitada a maior área de exploração do pré-sal: o campo de Libra, com reservas estimadas entre 26 bilhões e 42 bilhões de barris de petróleo e gás. Sem falar na licitação de portos, aeroportos, ferrovias e rodovias, que deve atrair investimentos totais de R$ 242 bilhões.

O cenário ainda não é o ideal, está muito longe do que é pintado pelos pessimistas de sempre e suas agendas inconfessáveis.

Artigo do ministro Fernando Pimentel publicado no jornal O Tempo.

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