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TONINHO TRAÇA METAS PARA 2014

O prefeito de Barbacena, Toninho Andrada, fez uma avaliação do primeiro ano de mandato. Entre os temas discutidos, ele explicou a situação da saúde e da educação, que é prioridade da atual gestão, e destacou os principais investimentos na cidade. Além disso, o prefeito comemora a regularização da prefeitura junto aos órgãos estaduais e federais. E, apesar de todas as dificuldades, Toninho Andrada julga o primeiro ano de governo positivo e diz ter muitas expectativas para 2014. Confira a entrevista na íntegra.

P - Como o senhor avalia as atividades da sua gestão em 2013?

R – Apesar da grande dívida de R$ 124 milhões e dos enormes problemas herdados, como as obras paralisadas e o desmanche de todo o sistema de saúde, que estava em colapso, do bloqueio de verbas pela inadimplência da Administração Municipal, do completo abandono das vias públicas urbanas e rural, da crise na educação, que não tinha concluído o ano letivo de 2012, do atraso do pagamento dos servidores, da falência do setor de cultura e turismo sem a realização das nossas principais e tradicionais festas, e de um orçamento mal planejado, considero que o ano de 2013 foi positivo em termos de resgate das potencialidades da cidade.

Em apenas um ano, restabelecemos a pontualidade no pagamento dos servidores e pagamos cinco folhas atrasadas deixadas pela gestão anterior, num total de 18 folhas em 12 meses. Promovemos uma ampla reforma administrativa com a extinção do Demasp, Cenatur, Fundac, Secretarias Municipais e otimizamos a máquina pública, que hoje tem mais racionalidade e eficiência. Criamos a Agência Municipal de Desenvolvimento (AGIR) que já atua com muita desenvoltura no estímulo a nossa economia. Renegociamos as dívidas e pendências que bloqueavam as verbas para a cidade e hoje Barbacena tem ficha limpa nos cadastros federais e estaduais, reequipamos a Secretaria de Obras, com máquinas cedidas pelo DER e a cessão da usina de asfalto, destravamos as obras paralisadas da saúde e em breve a UPA será entregue à população, reestruturamos o setor educacional e lançamos um sistema de lotação técnica dos profissionais de ensino inédito, e resgatamos o carnaval, a Exposição e a Festa das Rosas.

Além disso, viabilizamos para a cidade a construção do Shopping Regional, a realização dos Jogos Jurídicos, a construção do Hotel Ibis que é uma rede de padrão internacional e a reforma do Hospital Geral da Cidade (Fhemig) num investimento de R$ 16 milhões em obras e R$ 15 milhões em equipamentos, no que será o maior investimento em saúde em todos os tempos na cidade com impacto regional. Resgatamos a área social, com a Prefeitura voltando a investir no setor, sendo só no segundo semestre um montante de R$ 4, 5 milhões em benefícios às entidades de caridade e filantrópicas.

E apesar de todos os problemas e do curto espaço de tempo, tivemos a eficiência necessária para o encaminhamento de projetos importantes que já foram aprovados, como o PAC do saneamento no valor de R$ 100 milhões para o SAS, o PAC do esporte para a construção de um grande centro esportivo, do PAC de pavimentação de ruas no valor de R$ 35 milhões, de R$ 5 milhões junto ao BDMG para a recuperação do córrego da Rua Bahia, da aprovação da lei pela Assembleia do Estado para a doação de área na antiga Sericícola para a construção do teatro municipal, do encaminhamento junto à Cemig das obras de iluminação da BR 040 no trecho Roselanche-Galego no valor de R$ 3 milhões, do projeto Luz no Esporte para a iluminação de 22 campos de futebol dos bairros e comunidades rurais no valor de R$ 1 milhão, e do incremento do programa Minha Casa, Minha Vida para a construção de 800 novas moradias na cidade num investimento de R$ 80 milhões. Durante 2013 investimos, ainda, R$ 1 milhão em vários serviços e obras de iluminação de ruas, praças e localidades.

Por tudo isso, considero o ano de 2013 muito positivo porque revertemos a tendência de estagnação e decadência da cidade. Hoje, temos ainda muitos e graves problemas, mas temos perspectivas boas para solucionar ou amenizar muitos deles. Não é tarefa fácil concretizar o que está encaminhado, mas já vencemos uma importante etapa e estamos trabalhando a todo vapor para a conclusão delas.

P - Quais as principais conquistas da sua gestão em 2013?

R - A principal conquista foi recuperar a capacidade de reação da cidade, de reconquistar um espaço que estava perdido e relegado a um segundo plano. Hoje, Barbacena já se impõe como referência na região, atraindo investimentos importantes, tanto na área pública como privada. Com as obras do Hospital Geral da Cidade, por exemplo, a cidade será o principal polo de saúde pública entre as 50 cidades que formam a região macro centro/sul do Estado, com extraordinário estímulo ao setor da saúde, gerando empregos, vendas de equipamentos no setor, movimentação de pessoas de fora da cidade que para aqui virão em busca de atendimento, trazendo reflexos no comércio, bares, restaurantes, hotéis etc. A construção do Shopping Regional dará a Barbacena uma condição única em todo o sudeste mineiro, com movimentação anual de cerca de R$ 150 milhões entre fornecedores, vendas e geração de empregos. Hoje, Barbacena tem perspectivas empresarias muito animadoras e isso melhora a alta estima da cidade e da população, que começa a acreditar que é possível construir um bom momento para todos nós e que é possível também transformar a realidade de dificuldades da nossa cidade num ambiente mais favorável. Não se faz isso do dia para a noite, mas demos um grande passo nesse sentido, e em 2014 começaremos a colher os frutos da nossa ação, dedicação, empenho e intenso trabalho feito em 2013.

P - Um dos maiores pedidos da população é saúde de qualidade. O que foi melhorado no setor e quais as expectativas para 2014?

R – Mesmo tendo reconhecida tradição de boas atividades e iniciativas na saúde, Barbacena conviveu nos últimos anos com uma intensa e grave crise no setor, com o desmantelamento quase total da rede pública básica e o colapso dos postos de saúde. Além disso, os nossos hospitais sofriam com a incapacidade gerencial da Prefeitura, que durante anos não estabeleceu projetos nem ações articuladas com o Estado e o Governo Federal. Como consequência, a qualidade dos serviços caiu assustadoramente e Barbacena perdeu verbas e serviços na área. Em 2013, renegociamos com as esferas estaduais e federais um novo modelo para a saúde da cidade em total integração com a região. Com 130 mil habitantes, e recebendo ainda pacientes de dezenas de cidades da região, Barbacena precisa, com urgência, de mais um grande hospital público. E esse foi o primeiro passo: viabilizamos as obras de ampliação e adaptação do Hospital Geral da Fhemig, num investimento total de R$ 30 milhões. Outra medida foi o destravamento das obras da UPA. O governo passado deixou a obra inacabada, com dívidas junto à empreiteira e devido ao bloqueio de verbas, ainda faltava R$ 1 milhão de recursos para a conclusão total das obras e de mais R$ 2 milhões em equipamentos. Gastamos quase oito meses para destravar tudo, e ainda conseguimos junto ao governo estadual todas as verbas para que a UPA possa entrar em funcionamento, o quer acontecerá neste primeiro semestre de 2014.

Ao mesmo tempo, fizemos um amplo planejamento de recuperação da rede básica, e durante este ano, aos poucos, os postos de saúde serão reformados, recuperados e o atendimento ganhará com o tempo, paulatinamente, mais qualidade e eficiência. Assim, o desenho que planejamos para a saúde pública em Barbacena está em plena execução: o Hospital Geral de Barbacena (Fhemig) será o responsável pelo atendimento de traumas, a Santa Casa manterá sua referência em AVC, pediatria e maternidade, o Hospital Ibiapaba com cardiologia e oncologia, e o IMAIP atuará com os leitos de retaguarda do sistema. Aliás, já pactuamos com o IMAIP uma atuação específica com investimentos de R$ 1 milhão na instituição somente nos últimos três meses de 2013, alterando a forma equivocada e ilegal que a gestão municipal anterior lidava com a instituição, inclusive com questionamentos do Ministério Público. A cidade também está sendo beneficiada pelo Programa Mais Médicos do governo federal, e já chegou na cidade um médico cubano que está residindo no distrito de Correia de Almeida. É a primeira vez na história da localidade que um médico é também morador. Nossa meta é fazer o mesmo com os distritos de Senhora das Dores, Pinheiro Grosso e Padre Brito.

Não foi um trabalho fácil, mas avançamos muito e hoje a Prefeitura e a Secretaria Municipal de Saúde têm credibilidade e interlocução direta junto à Secretaria de Saúde do Estado e o Ministério da Saúde. Nossas ações e iniciativas são bem avaliadas por estas instâncias públicas e somos respeitados naquilo que propomos. Acredito que em breve a saúde de Barbacena será modelo de eficiência e qualidade com benefícios diretos à população. É um grande desafio, mas estamos muito determinados a conquistar esta meta.

P - E para Educação, que é um dos setores fundamentais, quais as metas?

R – Como na saúde, a educação sofreu desmanche de sua estrutura, com excessiva politização e ausência de critérios técnicos. A falta de investimento na rede física sucateou os prédios, que em geral estão em estado precário. Pouco foi investido no processo educacional, que por muitos anos ficou estagnado. Para se ter uma ideia da desordem que imperava e do descaso com o setor educacional, em 2013, quando assumi a gestão municipal, o ano letivo de 2012 não havia sido concluído em várias escolas, e os alunos não tinham sequer as avaliações finais. Nunca a cidade vivenciou tamanho descaso com a rede municipal de ensino. Nos últimos anos, o transporte escolar não tinha gerenciamento adequado e era muito comum os alunos não serem levados às escolas, e os prestadores de serviço ficam meses sem pagamento. A qualidade da merenda escolar era péssima, e faltava até papel higiênico nos banheiros.

Iniciamos um trabalho de reorganização do setor, restabelecendo as mínimas condições de trabalho. Em 2013, tivemos que adiar o início das aulas para providenciar a complementação das horas-aulas faltantes de 2012, para que os alunos pudessem passar para as séries seguintes. Criamos um setor específico para dar suporte às escolas, normalizando o fluxo de material pedagógico. Demos um tratamento emergencial às deficiências da rede física com obras localizadas e pontuais. A merenda escolar voltou a ter normalidade em seu fornecimento com produtos de qualidade para os alunos. Desenvolvemos projetos junto ao Ministério da Educação, e em poucos meses recebemos verbas para a aquisição de cinco ônibus escolares. Já recebemos aprovação para verbas para cobertura de duas quadras poliesportivas e a construção de outras duas. Estamos trabalhando para iniciar a informatização do sistema educacional do município, que ainda hoje funciona como há vinte anos, em modelos já superados e ineficientes. Estamos também encaminhando projetos para reforma e construção de escolas. Outra medida importante será a distribuição de kits escolares aos alunos, uma ação inédita. Promovemos, ainda, outra ação inédita com a lotação dos profissionais de educação nas escolas através de edital público com critérios técnicos-educacionais. Foi um ano de muito trabalho, muito ainda estar por ser feito, mas estamos avançando consideravelmente no resgate e modernização do setor.

P - Foram aprovados recursos para obras de saneamento e infraestrutura. Como serão desenvolvidos os trabalhos durante este ano?

R – Conquistamos importantes vitórias em 2013. Em apenas um ano, promovemos uma reforma administrativa, destravamos as inadimplências do município e passamos a ser ‘ficha-limpa’ junto aos órgãos federais e estaduais, elaboramos vários projetos, demos encaminhamento a todos eles, e tivemos a aprovação de todos apesar do curto espaço de tempo. Fizemos em dez meses o que não foi feito nos quatro anos passados. No PAC, junto ao governo federal, foram aprovados R$ 100 milhões para saneamento e R$ 35 milhões para pavimentação asfáltica, e junto ao BDMG tivemos a aprovação de R$ 5 milhões para obras de recuperação do córrego da Rua Bahia. Foi um trabalho significativo, que aliou extrema eficiência administrativa com articulação institucional. Agora, temos que manter o trabalho para transformar estas aprovações em realidade, quer dizer, tirar tudo do papel. Já estamos atuando neste sentido. O importante é que temos recursos aprovados e a partir de agora nosso foco será outro, é mais interno, operacional, de licitação de projetos e de obras.

P - Será mantida a mesma estrutura administrativa em 2014?

R - Com certeza, mesmo porque a reforma administrativa que promovemos ainda não está concluída. Vários pontos precisam ainda de ajustes e adequações. Já fizemos as mudanças que entendíamos necessárias, agora nosso foco é consolidar as mudanças e trabalhar no aperfeiçoamento destas medidas.

P - Como o prefeito avalia o relacionamento com os vereadores?

R - Muito bom. A Prefeitura Municipal teve um relacionamento de alto nível com o Legislativo, sempre voltado para o resgate das potencialidades da cidade. Sempre tive uma interlocução muito tranquila e equilibrada com a grande maioria dos vereadores que buscaram construir parcerias. Foi assim, especialmente no início de 2013, quando os vereadores aprovaram as leis delegadas. Com elas, fizemos em 90 dias o que normalmente demoraria uns oito ou nove meses para ser feito. Perderíamos quase um ano com reformas e mudanças. As leis delegadas foram uma via rápida e eficiente para superar o caos reinante que herdamos, dando em pouco tempo à cidade e à Prefeitura condições de reagir. O quadro era tão crítico que não tínhamos muito tempo para lidar com questões internas e administrativas, pois o nosso foco eram os benefícios que um governo ágil poderia dar à cidade. E isso foi realmente possível com as leis delegadas. Por isso avançamos tanto com a aprovação de verbas e recursos federais e estaduais.

P - Qual mensagem o prefeito deixa aos barbacenenses para o novo ano que se inicia?

R – Ainda há muito que fazer, temos plena consciência disso. Mas por outro lado, conseguimos construir mecanismos fortes para o enfrentamento dos problemas. Por isso minha mensagem é de confiança no futuro de Barbacena. Um futuro que começamos a edificar em 2013, quando de fato acreditamos que era possível avançar apesar dos gigantescos problemas herdados e da descrença e descrédito gerais. Hoje, esta página está virada porque temos crédito e ficha limpa junto aos organismos federais e estaduais, e vários projetos e verbas aprovadas. Temos muitos problemas, mas temos agora bons meios para superá-los. Então, vamos arregaçar as mangas para transformar estas perspectivas em realidade, mudando positivamente a vida das pessoas.

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