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VIOLÊNCIA NO CAMPO E NA CIDADE PREOCUPA MORADORES DE NEPOMUCENO

Comissão de Segurança Pública debate os recorrentes assaltos e roubos de gado e sacas de café no município de Nepomuceno


A população de Nepomuceno, no Sul de Minas, relatou, durante audiência pública no município, uma série de furtos e roubos nas áreas urbana e rural. Muitos disseram que a sensação de insegurança aumenta a cada dia na cidade e criticaram a impunidade no município. 

A reunião realizada no último dia 30 de junho, foi promovida pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Nepomuceno, Ricardo Moreira Gonçalves, afirmou que a cidade vem sofrendo “onda de furtos e roubos” tanto no comércio como na zona rural. 

“Há poucos PMs na cidade. Reivindicamos que passe dos atuais 15 policiais para 19 profissionais”, demandou.

Outro pedido de Ricardo Moreira foi com relação à Polícia Civil. “Não temos delegado titular. Para fazer inquérito, muitas vezes temos que nos deslocar a Lavras (Sul de Minas). Precisaríamos ainda de, no mínimo, quatro investigadores. Além disso, nosso presídio está com sérios problemas”, acrescentou.

Segundo o presidente local da CDL, são vários os casos de roubo nas propriedades rurais do município. “Queremos uma guarda rural. Somos o quarto maior produtor de café do País e o terceiro do Estado, e não temos patrulha no campo”, reclamou. “Nossa cidade possui cerca de 30 mil habitantes e estamos muito inseguros”, finalizou.

O prefeito de Nepomuceno, Marcos Memento (PT), afirmou que a “segurança pública precisa ser reforçada na cidade”. 

Também cobrou a atuação da Suapi no município, o aumento do efetivo da PM e um delegado titular. Apesar das deficiências, ele disse que a cidade pode ser considerada segura. “Não queríamos que a sensação de insegurança se multiplicasse”, ressaltou.

O comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, em Lavras, tenente-coronel Maurício Gonçalves Vieira, contou que, com o início de um curso de formação de soldados em julho, haverá ao menos 90 militares sendo preparados para a região. 

Ele não disse quantos PMs devem se deslocar para Nepomuceno, mas garantiu que fará “a recomposição do efetivo na cidade”.

Ele contou que, no primeiro semestre de 2016, a PM já realizou mais de 400 operações militares em Nepomuceno. “Já foram quase 100 pessoas detidas e apreendidas, entre adultos e adolescentes”, relatou. Disse, também, que há pessoas que já foram presas mais de três vezes.

O chefe do 6º Departamento de Polícia Civil de Lavras, Gustavo Henrique Magalhães Manzoli, responsável pela gestão da PC em 44 municípios e em 22 comarcas da região, afirmou que desde que assumiu o atual cargo, em junho de 2015, foram elencadas várias prioridades. Uma delas é a presença de um delegado de polícia para Nepomuceno.

Gustavo Magalhães contou que, já no ano passado, chegou a ser feito o planejamento de deslocamento de um profissional para cidade, porém a pessoa indicada entrou de licença na ocasião. “Mas o pedido está registrado. Estamos vigilantes quanto a essa questão e às possibilidades que podem surgir. E, caso o delegado já previsto retorne da licença, vamos adequar imediatamente a situação”, esclareceu.

Ele contou, ainda, que foi feito diagnóstico em Nepomuceno e concluiu-se que são necessários, além dos dois investigadores existentes, mais cinco profissionais. 

“O pedido já foi encaminhado para readequar o quadro na cidade”, afirmou. Sobre a cadeia pública de Nepomuceno, ele afirmou que a Secretaria de Estado de Defesa Social e o Governo de Minas garantiram que, em até nove meses, a Suapi vai assumir os trabalhos da gestão prisional.

Já o delegado regional de Lavras, Marcelo Vilela Guerra, acredita que um delegado fixo na cidade contribuiria muito para o andamento das investigações.

Ao final da reunião, os deputados apresentaram uma série de pedidos de providência ao Estado relacionados ao assunto debatido e para solucionar as principais demandas apresentadas: um delegado titular para a cidade, o aumento do efetivo da PM e a atuação da Suapi na gestão da prisão local. 

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