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DEBATE SOBRE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ENVOLVE MAIS DE 500 ESTUDANTES NO SUL DE MINAS


De onde vem seu alimento? Quem o produz? Como? Estas são as questões feitas para os estudantes de Campo do Meio, Minas Gerais, na divulgação da Jornada Cultural Nacional “Alimentação saudável, um direito de todos!”.

Os debates integram também a programação do 1º Festival de Cultura Campesina do Sul de Minas e já foram realizados em 5 escolas do município, envolvendo centenas de estudantes, professores e servidores.

Desde quarta-feira, 19, o setor de educação em parceria com o setor de produção vem despertando a curiosidade de jovens e crianças para a origem dos alimentos. Para Marcos Bertachi, Direção Estadual do Setor de Educação, impressionou o desconhecimento sobre o tema dos agrotóxicos e as alternativas ao modo de produção convencional, praticado pelo agronegócio.

”Há um choque no público quando afirmamos que o consumo de agrotóxicos tem aumentado no Brasil. Hoje cada pessoa já ingere 7 litros de veneno por ano, mas o principal questionamento é sobre a alternativa a essa realidade. A população não sabe que é possível produzir orgânicos em escala, substituir o veneno pela agroecologia e tornar o alimento saudável acessível às cidades. Este é o papel da Reforma Agrária”, garante Marcos.

Ele ressalta ainda que os debates visam alcançar as famílias e quebrar o pré-conceito em relação ao MST. “Quando dialogamos com jovens e crianças, eles certamente levam informações e questionamentos para casa. Numa cidade que possui apenas 11 mil habitantes o impacto desse trabalho é grande. A conquista desse apoio é central para a Reforma Agrária Popular”. 

Durante as discussões, os alunos conheceram alguns alimentos produzidos nos assentamentos e acampamentos do entorno de Campo do Meio e descobriram que boa parte da merenda servida é resultado da luta pela terra na região.


A cidade recebe 7 variedades de alimentos, aproximadamente 500 kg por mês, através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Os produtos chegam a escolas e, ainda, ao CRAS, à Vila Vicentina e à APAE, beneficiando centenas de famílias em situação de vulnerabilidade social, como explica Maysa Mathias, do Setor de Produção do MST.

“Isso só acontece porque há um processo de luta em Campo do Meio. As famílias ocuparam terras, resistem há 19 anos e mesmo sendo uma boa parte ainda acampada, mesmo com o acordo recente que nos retirou da sede da antiga Usina Ariadnópolis, elas ainda conseguem produzir, mas essa quantidade poderia ser muito maior se o Estado resolvesse o conflito”, cobra a militante.

Maysa destaca ainda que a política do PAA está sob ameaça, após o impeachment de Dilma Roussef. “O PAA garante que os produtos da agricultura familiar cheguem até as cidades, em alguns casos se configura como a principal fonte de renda das famílias produtoras e por outro lado, contribui para reduzir a fome na cidade e permitir o acesso aos alimentos sem agrotóxicos. É uma política que beneficia os trabalhadores de ponta a ponta, e por isso mesmo, é uma das primeiras políticas, das tantas que estão sob ameaça de serem cortadas, após o golpe que instituiu Temer no governo.”

O festival é cultura de luta
Nos dias 22 e 23 de outubro, o MST realiza o 1º Festival de Cultura Campesina do Sul de Minas. A programação foi pensada para dialogar com a cidade onde ocorre o conflito de terra mais antigo de Minas Gerais, a luta pelas terras de Ariadnópolis.

Trata-se de 6mil hectares, ocupados pela primeira vez em 1997, por trabalhadores da antiga usina, falida desde 1983. Após inúmeros despejos e ameaças, as terras foram adjudicadas pelo Estado mineiro, no entanto, a área da sede ficou de fora do processo que resolveria a questão.


Em agosto, um acordo com a justiça de Minas Gerais determinou a saída do território da sede, até que a decisão final do judiciário fosse publicada. Enquanto isso, o movimento procura mostrar para a sociedade a importância de sua presença no município e a urgência da solução.

“As famílias sofrem com a morosidade do judiciário e a forma que encontramos de denunciar isso, sem aprofundar os conflitos é trabalhando com a cultura”, explica Mirinha Muniz, da Direção Estadual.

A programação é uma forma de reafirmar a cultura sem terra. Haverá shows gratuitos com violeiros, como Rubinho do Vale e Pereira da Viola, a banda Cantadeiras, composta por militantes do MST, a banda Quilombo, composta por militantes e acampados de Ariadnópolis e várias outras atrações musicais. Além disso, está prevista uma ciranda infantil com apresentações teatrais para toda família, Espaço da Saúde, Tenda de Troca de Saberes, Feira da Reforma Agrária e Culinária da Terra, com produtos da região, entre outros.

“Vamos mostrar que despejar famílias sem terra, é despejar toda uma produção cultural que envolve a organização, os alimentos que estarão presentes na Feira, a produção artística e de cultura popular. Estamos falando de toda uma vida social pulsante de arte e cultura, que pertence a estas famílias, é construída por elas”, ressalta a dirigente.
por Geanini
com edição de Iris Pacheco
da página do MST

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