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ESCALADA DO VALOR DO COMBUSTÍVEL AFETA TRANSPORTE; ENTENDA COMPOSIÇÃO DO PREÇO

Segundo o estudo Transporte em Números, divulgado pela CNT, o insumo teve alta de quase 9% no ano passado

O aumento do preço dos combustíveis afeta os transportadores e impacta diretamente os custos do transporte. Segundo o estudo Transporte em Números, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), em 2017, os combustíveis tiveram alta de 8,9%. 

A gasolina aumentou 10,32%; e o diesel, 8,35%. Com isso, a inflação do transporte acumulou alta de 4,1%, maior que a inflação do país medida pelo IPCA, que foi de 2,95%. 

O estudo da CNT mostra que os combustíveis são parte decisiva da estrutura de custos das transportadoras em todos os modais. Por serem custos variáveis – ou seja, por terem seu consumo vinculado ao número de viagens realizadas –, seu mercado é diretamente influenciado pela atividade transportadora em um determinado período.

A elevação do preço dos combustíveis no ano passado foi impactada principalmente pela incidência de PIS e Cofins (Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). 

Os impostos aumentaram no ano passado como parte das medidas do governo federal para aumentar a arrecadação. No caso do diesel – principal combustível para o transporte de cargas e passageiros dos modais rodoviário, ferroviário e aquaviário –, esses tributos oneram em cerca de R$ 0,46 o litro do combustível. 

Nas refinarias, um terço do valor do diesel é composta pelo PIS/Cofins, pela Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e pelo ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) – este último varia conforme o estado. 

Veja a lista completa da composição do preço dos combustíveis, segundo o Ministério de Minas e Energia.

Óleo diesel

• Preço do produtor de diesel: R$ 1,68 (49%)
• Preço do biodiesel com frete e tributos: R$ 0,21 (6%)
• Tributos federais do diesel A (Pis/Pasep, Cofins e Cide): R$ 0,48 (14%)
• Tributos estaduais do diesel A (ICMS): R$ 0,49 (14%)
• Margem bruta de distribuição + custo de transporte: R$ R$ 0,15 (5%)
• Margem bruta de revenda: R$ 0,38 (11%)


Gasolina comum (com 27% de adição de etanol)

• Preço do produtor de gasolina comum: R$ 1,21 (29%)
• Preço do biodiesel com frete e tributos: R$ 0,53 (12%)
• Tributos federais do diesel A (Pis/Pasep, Cofins e Cide): R$ 0,69 (16%)
• Tributos estaduais do diesel A (ICMS): R$ 1,19 (28%)
• Margem bruta de distribuição + custos de transporte: R$ 0,20 (5%)
• Margem bruta de revenda: R$ 0,40 (10%)

Fonte: Relatório Mensal do Mercado de Derivados do Petróleo – abril de 2018.

Outro complicador para os transportadores está no fato de, desde 3 de julho do ano passado, a Petrobras ter iniciado sua nova política de preços de combustíveis, com reajustes determinados com maior frequência (até mesmo diariamente), refletindo as variações no preço do petróleo e seus derivados no mercado internacional e também as do dólar. 

Em dez meses, o óleo diesel subiu 56,5% na refinaria, de acordo com o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) – passou de R$ 1,5006 para R$ 2,3488 (sem contar os impostos). Essa situação levou os caminhoneiros de todo o país a uma mobilização contra a escalada de aumentos dos preços dos combustíveis.

Câmara aprova isenção de PIS/Cofins do óleo diesel até dezembro
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nessa quarta-feira, 23 a isenção das alíquotas do PIS e da Cofins até 31 de dezembro de 2018. O item foi incluído no projeto de lei nº 8.456/2017, do Poder Executivo, que acaba com a desoneração da folha de pagamento para a maioria dos setores beneficiados. O texto aprovado mantém a desoneração para o transporte.

O projeto, no entanto, ainda precisa ser votado pelo Senado.

por Diego Gomes - da Agência CNT de Notícias

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