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MAPAS MONITORAM CASOS DE COVID-19 NO SUL DE MINAS

 Professor Rodrigo Pisani coordena o desenvolvimento dos mapas da região Sul de Minas

Qual é a direção, a intensidade e a velocidade da proliferação de Covid-19 no sul de Minas Gerais? Para tentar responder a essa pergunta, os estudantes do curso de Geografia da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), que integram a empresa júnior Geoativa Jr. – Atividades e Soluções, estão desenvolvendo mapas que apontam dados do vírus nos municípios do sul de Minas Gerais.

Sob a tutoria do professor Rodrigo José Pisani, coordenador do curso de Geografia – Bacharelado e vice-diretor do Instituto de Ciências da Natureza (ICN), o mapeamento é desenvolvido para apontar cenários multitemporais, os quais permitem a observação e comparação de imagens e dados de um mesmo local em datas distintas. 

“A ideia é que sejam divulgados boletins semanais no site da UNIFAL-MG, com os mapas e considerações a partir da relação espaço e tempo, sendo inclusive esse um diferencial da pesquisa para a região”, destaca Rodrigo Pisani

A ferramenta atenderá demandas de gestores públicos, uma vez que possibilitará o acompanhamento dos casos do coronavírus no sul de Minas. “A abordagem da análise espacial por meio da ciência geográfica é de fundamental importância para as tomadas de decisão por gestores públicos de forma geral, sobretudo, os da área de saúde, nesse momento grave de pandemia. Com essas ferramentas é possível de se observar quais regiões demandam mais atenção e recursos”, ressalta.

De acordo com o professor Rodrigo, a proposta do mapeamento dos casos de Covid-19 na região surgiu da observação de estudos recentes desenvolvidos pelo professor Raul Borges Guimarães, da Unesp de Presidente Prudente-SP. Um dos cenários de expansão de Covid-19 projetado pelo pesquisador da Unesp para todo estado de São Paulo pressupõe a expansão do vírus para o

 interior pelos principais eixos rodoviários, o que despertou a atenção do professor da UNIFAL-MG. “Há de se considerar que a região sul de Minas Gerais é também diretamente influenciada por essa realidade, principalmente, ao se levar em consideração que a rodovia BR-381 (Fernão Dias) é o eixo de ligação entre a região metropolitana de São Paulo e Belo Horizonte, com grande fluxo de pessoas, produtos e serviços, além da presença de grandes empresas nos municípios do entorno”, alerta.

A hipótese é que os municípios no entorno da BR-381 demandam mais atenção, sobretudo, a região de Varginha e cidades localizadas mais ao sul, que estão próximas à divisa do estado de São Paulo como Cambuí, Camanducaia e Extrema. “Outro destaque é para a região de Poços de Caldas e a ligação da rodovia BR-459 com Pouso Alegre, onde o vírus poderá intensificar sua proliferação”, acrescenta Prof. Rodrigo.

Casos suspeitos, casos confirmados e óbitos
Conforme o professor Rodrigo, a frequência de testagem da população para os casos confirmados está muito lenta no momento, tem em vista o fenômeno da proliferação do vírus, fato que levou a equipe a considerar também os casos suspeitos, além dos casos confirmados e óbitos. “Essa lentidão pode causar uma defasagem nos dados oficiais e, com isso, retardar as informações nos mapeamentos e, consequentemente, as medidas de ação de contenção. Por essa razão, optou-se por trabalhar também os dados de casos suspeitos como medida indireta de indício de proliferação do vírus nos municípios do sul de MG”, esclarece.

Discentes integrantes da empresa júnior GeoAtiva Jr. trabalham remotamente nas etapas de coleta, sistematização e interpretação dos dados para os mapas. (Foto: arquivo pessoal do professor Rodrigo Pisani)

Para criar os mapas, os discentes Andreza da Silva Gregório, Daniel Henrique Baldin, Eduardo Henrique Sanches Chrispim, Leandro Henrique Cunha Firmino, Luiz Felipe Moreira Gaino, Mariana Castanheira Rodrigues e Nathalia Caroline Sampaio, integrantes da empresa júnior Geoativa Jr., estão trabalhando remotamente nas etapas de coleta e sistematização dos dados além da interpretação das informações geradas. 

“Fazemos reuniões periódicas por videoconferência para discutirmos o andamento da pesquisa”, afirma o tutor do grupo.

Eduardo Henrique compartilhou o quanto é gratificante participar do projeto ao lado dos colegas da empresa Geoativa Jr. e ver a importância da ciência geográfica para a sociedade. 

“Diante desta crise, é imprescindível ressaltar o papel da ciência, acredito que através dela daremos a volta por cima. Apesar desta realidade angustiante, sou grato por juntamente ao professor Rodrigo e aos demais membros da GeoAtiva Jr. estar empenhando a produção de mapeamentos acerca da espacialização dos casos de Covid-19 no sul de Minas. É a nossa contribuição enquanto geógrafas e geógrafos à sociedade. Parabenizo a todos que de sua maneira se empenham no combate a esta pandemia. Juntos iremos passar por esta fase”, afirmou confiante o discente.

O mapeamento é desenvolvido na base cartográfica do programa ArcGIS, a partir de arquivos vetoriais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como o limite da região do sul de MG, seus municípios e rodovias, e coleta e organização dos dados de Covid-19, por meio da plataforma da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) para todos os municípios da região.

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