terça-feira, 21 de julho de 2020

GRÁFICOS AJUDAM A COMPREENDER O COMPORTAMENTO DOS CASOS DE COVID-19

Estudos analisam o comportamento dos casos de Covid-19 nas regiões de origem dos estudantes da UNIFAL-MG. Monitoramento contribui para tomada de decisões
Professor Denismar Nogueira do Departamento de Estatística lidera estudo de análise e modelagem estatística dos casos de Covid-19 em 115 municípios

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, pesquisadores da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG) têm aplicado a sua área de conhecimento na realização de estudos e projetos para ajudar a população e autoridades a entenderem a gravidade da doença. Entre as diversas iniciativas, que ajudam a tomar medidas preventivas, o desenvolvimento de mapas e gráficos tem sido importante para identificar a disseminação da doença e monitorar os casos confirmados, taxa de infectados e óbitos.

Na UNIFAL-MG, além do monitoramento de casos de Covid-19 na região sul de Minas, trabalho coordenado pelo professor Rodrigo Pisani, do curso de Geografia; e dos estudos estatísticos que possibilitam acompanhar a progressão da doença em Minas Gerais, desenvolvidos pelo professor Deive Ciro de Oliveira, da área de Estatística do campus Varginha; também tem sido desenvolvido um estudo com os indicadores de incidência, mortalidade e letalidade dos casos de Covid-19, para as regiões de origem dos alunos da universidade. 

O trabalho é liderado pelo professor Denismar Nogueira, do Departamento de Estatística, em parceria com o professor Marcos Bissoli, epidemiologista da Faculdade de Nutrição.

Conforme professor Denismar, o estudo faz parte de um plano de gestão de risco de contágio, elaborado por uma comissão constituída pela Reitoria, para monitorar os impactos da pandemia por Covid-19 e as condições de retomada das atividades presenciais na UNIFAL-MG, em momento oportuno.

“Duas recomendações justificam o trabalho: o declínio do número de casos novos em municípios que alocam campi da UNIFAL-MG e mesorregiões dos estados de Minas Gerais e São Paulo, onde residem mais de dez estudantes por 14 dias consecutivos; e a implementação de medidas para diminuir os riscos de importação de casos”, explica o coordenador do trabalho.

A comissão ficou responsável por estudar modelos estatísticos capazes de apontar predições de curvas de evolução da pandemia. Os indicadores eleitos para monitoramento foram a incidência, a mortalidade e a letalidade, que segundo o professor Denismar, são de uso universal na área da Epidemiologia, e representam, respectivamente, a frequência da doença, do óbito por sua causa, e de sua capacidade de causar óbitos.

O monitoramento é feito a partir de dados da base mantida por pesquisadores do Departamento de Física, da Universidade Federal de Viçosa, utilizada e recomendada pela Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) e Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). 

“Nossas amostras de dados contemplam três dimensões geográficas: unidades federativas (UF), mesorregiões e municípios. As unidades federativas monitoradas na íntegra são as de Minas Gerais e São Paulo. Os municípios são aqueles em que a UNIFAL-MG aloca campi: Alfenas, Poços de Caldas e Varginha. As mesorregiões que contêm municípios com pelo menos dez estudantes residentes encerram a base”, diz, ressaltando que apenas os municípios com pelo menos dez estudantes residentes compõem a amostra e não a população de cada mesorregião como um todo. 


A possibilidade de modelar o comportamento dos casos de Covid-19 nos locais de origem dos estudantes da UNIFAL-MG contribui para a tomada de decisões no âmbito da Universidade, visto que apresenta um cenário sobre a evolução da pandemia. 

“Embora exista um complexo debate epistemológico sobre tal afirmação, é possível admitir que um estudante ‘carrega’ o risco de sua mesorregião de residência ao se deslocar para Alfenas, Poços de Caldas ou Varginha”, comenta.

Professor Denismar afirma que é necessário ter certeza que o número de casos diminuiu nos municípios monitorados para que a Universidade possa retomar as atividades presenciais, sem provocar novos surtos. 

“Por mais que ocorra, em um futuro hipotético, um declínio da epidemia nos municípios que alocam campi da UNIFAL-MG, precisamos ter a certeza de que este declínio também já terá ocorrido nos 115 municípios monitorados. Do contrário, a retomada de atividades presenciais pela UNIFAL-MG pode ser responsável por um novo surto ou retomada de curvas ascendentes nos três municípios onde mantém seus campi.”

Como deve ser feita a leitura dos gráficos
Para ter acesso aos gráficos desenvolvidos, é preciso acessar a página https://estatisticaunifal.shinyapps.io/covid19/ e no menu superior, definir o(s) espaço(s) geográfico(s) a ser consultado(s). Em seguida, o visitante deve optar por um dos três indicadores monitorados: incidência, mortalidade por causa específica ou letalidade. Por fim, o visitante deve optar por visualizar os dados observados, sem qualquer tratamento estatístico; ou a tendência, estimada pelo método de médias móveis, que tem sido a mais utilizada pela equipe de análise e modelagem estatística.

Segundo professor Denismar, o gráfico de tendência facilita a visualização do comportamento por apresentar um gráfico “mais comportado”.

com Ana Carolina Araújo - da assessoria da UNIFAL-MG


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