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ASSINADO CONTRATO DE COOPERAÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO TREM DE TURISMO


Em Barbacena, o Expresso Pai da Aviação, prevê a implantação de um trem que liga a cidade a Santos Dumont, com extensão de 43km. Em Barbacena, alguns trens transportavam os doentes mentais de um dos maiores hospitais psiquiátricos do país, daí a expressão mineira “trem de doido”. Já Santos Dumont é a cidade onde nasceu Santos Dumont – e cujo o antecessor foi um empreendedor das ferrovias
No último dia 12, a Holcim e a ONG Amigos do Trem, com a intermediação da Prefeitura Municipal de Barbacena, nas Vertentes, assinaram Contrato de Cooperação Técnica. O objetivo é facilitar a operação inicial do trem de turismo, permitindo que a empresa ceda o local para o estacionamento, manutenção corretiva e preventiva da máquina automotriz Budd, cedida à ONG Amigos do Trem pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Com a cooperação da Holcim, o pátio ferroviário da empresa, localizada no Bairro Pontilhão, em Barbacena, será usado para o estacionamento do veículo até que a Estação Ferroviária da cidade esteja apta a receber a máquina histórica, construida nos Estados Unidos por volta de 1958, e que foi totalmente restaurada pela ONG. Participaram da assinatura do documento, Joao Butkus, Gerente da fábrica Holcim, Edson Brandão, Presidente da Agência de Desenvolvimento Integrado de Barbacena e Região (AGIR), e Paulo Henrique do Nascimento, Presidente da ONG Amigos do Trem.

Esperando a MRS
Segundo Paulo Nascimento, da ONG Amigos do Trem, a operação do trem turístico entre Barbacena e Cabangu, município de Santos Dumont, só não começou porque a empresa MRS Logística, que arrendou por 30 anos o trecho ferroviário, ainda está avaliando os termos do contrato que deverá ser assinado entre ela e a ONG, para compartilhamento da malha ferroviária que pertence à União.

“A empresa se sente prejudicada nos seus lucros com a operação do trem turístico e está questionando a qualidade técnica do nosso equipamento”, diz Paulo. Ele afirma que o equipamento tem todas as condições de operar e já foi solicitada arbitragem da questão pela Agência Nacional de Tranportes Terrestres, que é o órgão do Governo Federal que regula as atividades ferroviárias no país.

Enquanto isso, a Prefeitura de Barbacena, por meio da AGIR, inicia, nos próximos dias, a primeira fase da reforma do prédio da Estação Ferroviária. A ONG planeja a imediata tranferência da automotriz para Barbacena. Atualmente, o equipamento está estacionado no pátio do Instituto Federal de Santos Dumont.

Pátio da Holcim já foi a Estação do Sanatório
A Estação de Sanatório foi inaugurada em 1892. Por esta época, existia um famoso sanatório particular, onde a elite, em especial do Rio de Janeiro, vinha buscar as temperaturas amenas da Serra da Mantiqueira e tratar as chamadas “ doenças nervosas”. Em 1903, adquirido o prédio do Sanatório pelo Governo do Estado de Minas Gerais, foi ali instalado o primeiro núcleo da Assistência aos Alienados de Minas Gerais, que mais tarde viria a manter o célebre Hospital Colônia. Assim, por este antigo terminal ferroviário chegavam as levas de doentes mentais trazidos de todas as partes de Minas Gerais. Os vagões reservados aos pacientes mais agitados deu origem à expressão “trem de doido”.

Em 1950, foi inaugurada a variante entre as Estações de Barbacena e Carandaí, via Simão Tamm, já que o traçado original via Ressaquinha era muito sinuoso e de rampas fortes. Do traçado original, entre Barbacena e Carandaí, existem hoje somente dois km, entre a Estação de Barbacena e o terminal da antiga Cimento Barroso. A Estação Ferroviária do Sanatório foi demolida em 26 de junho 1989, sem deixar vestígios de um dos locais mais significativos da história de Barbacena. Até os paralelepípedos da ladeira de acesso à estação foram retirados.

O chamado Ramal do Sanatório é o que resta da linha original atingindo o terminal da Holcim, para carregamento de cimento. Ele ainda passa sobre o famoso 'pontilhão', uma ponte de pedras do tempo da Estrada de Ferro D. Pedro II, que ainda está lá conservada como um belo monumento sobre uma das avenidas principais da cidade e que tem sua continuidade na cidade de Santos Dumont, onde existe o Museu de Cabangu.

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, Michael Roberto da Silva, Cláudio Luiz Nascimento Bomfim, Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Communicação, 1928)

Comentários

Anônimo disse…
Toda concessionária que aufere lucro com o patrimônio público nacional deve se submeter às regras do edital de concessão, e a MRS Logística tem-se valido de insuspeita complacência dos governos estadual e federal, através da inércia dos seus órgãos reguladores ineptos e caros, verdadeiros cabides de emprego para apadrinhados políticos. Os governos central e regional devem emitir logo seus pareceres oficiais sobre a atitude audaciosa da MRS de atrasar a liberação da "janela" operacional das vias férreas da União, que são do interesse maior da população de Barbacena e entorno. O povo deve registrar esses episódios para saber em quem votar, ano que vem.

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