Deputados e autoridades municipais mostraram-se preocupados com as consequências do fim do contrato entre a Companhia de Saneamento Básico do Estado de Minas Gerais (Copasa) e a Companhia de Desenvolvimento Econômico do Estado (Codemig) para exploração das águas minerais de Araxá (Alto Paranaíba), Lambari, Caxambu e Cambuquira (as três cidades no Sul de Minas).
Em audiência realizada pela Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), os participantes criticaram a ausência de representantes das duas empresas estatais, o que motivou a apresentação de requerimento do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) para que elas encaminhem à comissão informações sobre as circunstâncias do fim do contrato.
A Codemig é detentora da concessão das fontes dessas quatro estâncias hidrominerais. Em 2007, as concessões foram repassadas para a Copasa, que criou uma subsidiária, a Águas Minerais de Minas, para explorar essas águas minerais.
No dia 14 de maio, a Copasa anunciou o fim do contrato com a Codemig. No entanto, no dia 1° de junho, as duas empresas fecharam um contrato tampão para a continuidade do envase até que outra empresa assuma a exploração das águas.
O vereador de Lambari, Antônio de Biaso Júnior, disse que a cidade não sobrevive financeiramente do ato de engarrafar e distribuir água, mas, prioritariamente, do turismo. Segundo ele, a partir da indefinição vivida diante do fim do contrato de exploração das águas, a cidade passaria a não ter nenhum diferencial com relação às outras cidades do Estado. “Precisamos desse turismo”, disse.
O vereador ainda destacou o viés financeiro das águas minerais para o município.
Ele lembrou que quando se iniciou o processo de envasamento das águas em Lambari, devido à vazão pequena no município, foi pensado um sistema de engarrafamento premium, que, na sua avaliação, teria uma viabilidade financeira maior. Entretanto, segundo ele, optou-se pelo engarrafamento em embalagens menores e mais econômicas, que apresentam custo de operação e retorno financeiro menores.
“Ninguém está falando para não fazer o processo de distribuição e envase. Mas é necessária uma gestão séria. E, já que ocorreu a ruptura do contrato, peço que coloquem isso em pauta, pois é necessário saber o que cada cidade precisa”, defendeu.
Para o empresário de Caxambu Ricardo Silva Faria, apesar de as águas minerais serem de grande importância para a região, o momento que se vive é de descaso com esse recurso.
Já Henrique Vilas Boas, representante de empresas potencialmente investidoras no setor, cobrou mais transparência com relação ao processo de exploração das águas e sobre o que foi feito em cada cidade, como forma de garantir o investimento de outras empresas na região.
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