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PROFESSOR DA UFLA FAZ ALERTA SOBRE A 'TRAGÉDIA DO SANEAMENTO BÁSICO' NO BRASIL

Em entrevista para o jornal O Globo, pesquisador destaca que questão é mais complexa que a tragédia ambiental ocorrida em Mariana
Em meio a críticas sobre a qualidade da água, Baía de Guanabara, no Rio, é cenário das Olimpíadas de 2016

Em entrevista para a coluna "Conte o que eu não sei" do jornal O Globo, o professor Luiz Roberto Guimarães Guilherme, do Departamento de Ciência do Solo (DCS) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), disse que "perto da tragédia do saneamento, Mariana não é nada".

O pesquisador chamou a atenção para a questão do saneamento básico no País, que para ele é mais complexa que a tragédia ambiental ocorrida na cidade mineira de Mariana. 

Especialista em solos, o professor esteve na cidade do Rio de Janeiro, no Museu do Amanhã, para participar do evento "Um século de ciência", comemorativo pelos 100 anos da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

A entrevista, feita por Mayara Mendes, foi publicada na página 2 do jornal na edição do último dia 14. Nela, Luiz Roberto Guilherme, que é PhD em Ciência do Solo e Toxicologia Ambiental, destaca que "dizer que Mariana foi a maior tragédia ambiental do país é puro desconhecimento da questão do saneamento básico. Perto da tragédia ambiental que temos em termos de saneamento básico, Mariana não é nada". 

O pesquisador relata ainda que "quando aconteceu o caso, disseram que a lama preenchia determinada quantidade de piscinas olímpicas. Logo depois, um pesquisador fez um trabalho mostrando que só o lodo de São Paulo jogado nos rios enche cinco vezes mais piscinas. Sabe por que ninguém se assusta? Porque todo dia cai um pouquinho desse lodo. Mas e se ele se acumular numa barragem e se soltar de uma vez?"

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Triste realidade
Em maio deste ano, o Instituto Trata Brasil em parceria com a Subcomissão Especial da Universalização do Saneamento Básico da Câmara dos Deputados, e o Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais da FGV, o estudo “Saneamento Básico em Áreas Irregulares nas Grandes Cidades Brasileiras” no auditório da FGV Berrini em São Paulo.

O estudo conta com uma análise objetiva que identificou a percepção dos prestadores de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário acerca da problemática do saneamento básico dos assentamentos irregulares em 63 dos 100 maiores municípios do País que aderiram a pesquisa.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS) do Ministério das Cidades, 35 milhões de brasileiros não têm acesso aos serviços de água tratada. 

Já metade da população não têm coleta de esgotos e apenas 40% dos esgotos coletados do País são tratados. 

A carência do saneamento básico atinge a todos, mas de acordo com o estudo, é certo que os maiores impactos estão nas famílias de baixa de renda.

Muitas destas famílias residem em locais denominados “aglomerados subnormais”, ou simplesmente áreas irregulares. 

Clique aqui para ter acesso ao estudo completo.

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