
A Internet, com seu amplo poder de alcance e em constante expansão, vem sendo cada vez mais explorada pela classe política - sobretudo por pré-candidatos aos diversos cargos a serem disputados no ano que vem. Entretanto, as novas ferramentas online, com suas inúmeras opções interativas, vão muito além das já obsoletas páginas pessoais. Pegando carona na campanha exitosa feita em 2008 pelo então candidato ao governo dos Estados Unidos, Barack Obama, políticos brasileiros se rendem, cada vez mais, às comunidades virtuais - como Orkut, YouTube, Facebook, Flickr e Twitter - e antecipam suas pré-candidaturas pela Internet. Estudo da Universidade do Legislativo (Unilegis) - instituição vinculada ao Senado - revela que, entre 2006 e 2009, o número de registros de perfis pessoais de políticos na Internet teve alta de 193%, saltando de 162 para 476 sites.
As disputas pelas vagas na Câmara dos Deputados, Senado, Assembleias Legislativas, governos estaduais e pela cadeira de presidente da República, em 2010, tendem a caracterizar-se como uma "batalha sem precedentes". A análise é do doutorando em marketing e especialista em administração Marco Antônio Machado. "Será um acirramento sem precedentes. A Internet é acessada por formadores de opinião, daí essa antecipação da disputa", explicou. A interatividade caiu de vez no gosto daqueles que pretendem se eleger, ou reeleger, aos cargos de deputado federal e senador. Hoje, entre os 81 senadores, 73 mantém perfis no Twitter ou Orkut. Na Câmara, pelo menos 374, dos 513 deputados, utilizam sites de relacionamento. O presidente do PSDB-MG, deputado federal Paulo Abi-Ackel é um dos adeptos do Twitter. Vários parlamentares da Assembléia Legislativa também possuem site na internet, como é o caso do deputado estadual Lafayette Andrada, secretário-geral do PSDB-MG.
Em Minas, Aécio não possui perfil pessoal em sites de relacionamento, mas o governo tem um portal de notícias e registro no Flickr. Anteontem, a assessoria de Aécio lançou um site com informações referentes à agenda do tucano. Além disso, o PSDB-MG criou um perfil no Flickr sobre o tucano. Já a assessoria do Palácio do Planalto informou que as ações da Casa Civil, pasta chefiada por Dilma, "estarão no canal que o governo federal criará, em breve, no Twitter". Com uma campanha mais livre na Internet, os políticos estão dispostos a ampliar a restrição para a propaganda na rua. As regras atuais já proíbem outdoor e faixas. A proposta de Flávio Dino (PSB) proíbe também a pintura de muros e a colocação de cavaletes em lugar de grande movimentação. "A intenção é que, com a liberação no uso da Internet, a campanha de rua aconteça apenas com caminhadas e carreatas", explicou. (com O Tempo)
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