Pular para o conteúdo principal

MP DÁ ULTIMATO NO CONSÓRCIO FUNIL

O consórcio da Hidrelétrica de Funil, no Centro-Oeste mineiro, formado pela Cemig e Vale, terá que fazer adequações para assegurar a sobrevivência de peixes que vivem na área alagada e o repovoamento de espécies que estão desaparecendo em função da obra. O anúncio foi feito na sexta-feira, 25, durante audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, realizada em Bom Sucesso, no Sul de Minas, pelo coordenador das Promotorias de Meio Ambiente da Bacia do Rio Grande, Bergson Cardoso Guimarães. De acordo com o promotor está sendo finalizado um inquérito público contra a empresa e elaborado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para resolver os problemas apurados. Ele citou algumas das adequações que serão exigidas. Atualmente a usina utiliza elevadores especiais para transportar peixes entre a área anterior (jusante) e posterior (montante) da barragem, para assegurar a reprodução desses animais que precisam subir o rio e são impedidos pela obra. Agora terão que fazer, também, a transposição manual das espécies migratórias que não usam o elevador e acabam correndo risco de extinção pela interrupção do processo produtivo.


Outra medida que será imposta pelo Ministério Público (MP) e a implementação de um plano de manejo das espécies de peixes que inclui a alimentação adequada nos lagos da represa e o retorno das espécies que estão se escasseando. O MP também quer que a empresa crie uma unidade de conservação para assegurar o equilíbrio ambiental da área atingida. O reservatório da usina é formado pelos rios Grande, Capivari e das Mortes e atinge 23 municípios. Bergson Guimarães afirmou que a sociedade pode contribuir com sugestões para melhorar o termo de ajustamento. O inquérito contra a empresa teve início em 2005 após denúncias de mortandade de peixes que ficavam presos nas turbinas da barragem. A major Rosangela, comandante da Polícia Ambiental do município, confirmou que a usina já apresentou muitos problemas com o sistema de transposição dos peixes, mas admitiu que as denúncias cessaram após a melhoria dos equipamentos e outros cuidados tomados pelo consórcio como o acompanhamento do processo por mergulhadores para evitar que os peixes caiam nas turbinas.

O gerente-geral do consórcio, Paulo Roberto Machado Carvalho, explicou que a empresa vai colocar grades nas caçambas que transportam os peixes para evitar os acidentes. Ele assegurou que a hidrelétrica está aberta a acatar as medidas, mas afirmou que sua preocupação é que tenham o aval dos órgãos ambientais. Segundo ele, desde que começou a funcionar, em 2002, a empresa propôs transformar os 15 lagos da área em unidade de conservação, mas aguarda um posicionamento do Instituto Estadual de Florestas (IEF), que ainda não se pronunciou. Nesses lagos, 34 espécies se reproduzem.
com assessoria

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CAXAMBU VAI SE TRANSFORMAR NA CIDADE DE CORAIS COM O CANTA BRASIL 2025

Aberto ao público, evento vai reunir 18 grupos de diferentes cidades com apresentações no Hotel Glória Caxambu e em vários locais da cidade do Sul de Minas Entre os dias 14 e 17 de agosto, a Caxambu, localizada no Circuito das Águas, será palco do Canta Brasil 2025, um dos maiores festivais de corais do país. O evento musical vai reunir 18 grupos de diferentes cidades da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O Canta Brasil 2025 homenageia este ano o saudoso maestro José Henrique Martins (Zeca), idealizador do evento, e o Maestro José Valoni Féo pelos 50 anos de vida artística e dedicação ao canto coral, regente do coral da Associação Bosque Marapendi, do Rio de Janeiro. A cerimônia de abertura será no dia 14 de agosto, às 19 horas, no Hotel Glória Caxambu, e o encerramento no domingo, dia 17, às 8h30, no Parque das Águas. Durante quatro dias, corais vão mostrar um repertório variado e bastante atrativo. A programação prevê diversas apresentações nos dia...

CRESCIMENTO ORDENADO

São célebres e recorrentes exemplos de cidades que, ao experimentar ciclos duradouros de crescimento, deixaram de lado o planejamento urbano e viram parte dos avanços conquistados se converter em degradação.    Para fugir desse indesejável efeito colateral do desenvolvimento, Pouso Alegre, no Sul de Minas, se dedica à modernização das leis que regimentam o uso, a ocupação do solo e a disposição urbana em todas as suas dimensões. Não se trata de uma discussão trivial. Até o final de 2013, ao menos quatro projetos de leis foram elaborados pelo Executivo e aprovados pela Câmara de Vereadores com a missão de estabelecer as regras fundamentais sobre as quais será baseada a expansão urbana da cidade pelas próximas décadas, quando sua população pode triplicar, se aproximando de 500 mil habitantes. O conjunto de leis moderniza e complementa o Plano Diretor Municipal, estabelecendo critérios a serem observados na construção e disposição de imóveis, conforme sua localização e fi...

GRANA NO CAIXA

Entre julho e setembro deste ano de 2023, os municípios receberam um valor menor de Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Essa redução foi por conta da redução do ICMS dos combustíveis feita na gestão do ex-presidente Bolsonaro. Para compensar essas perdas que atingiram negativamente as receitas dos municípios brasileiros, o Governo Lula está repassando R$ 4 bilhões para os municípios brasileiros. Com isso, o município de Lavras acaba de receber mais de 1,9 milhões de reais para cobrir essas perdas e manter os recursos da prefeitura sem prejuízo.