
Estamos tendo conversas. Conversas absolutamente naturais. Não há nenhuma imposição, até porque isso não funciona na política. Apenas uma disposição nossa de caminharmos para uma definição. Sem que seja a toque de caixa, mas é um momento de avaliarmos nossas posições entre nós. Acho que temos que ter, entre nós, um entendimento para que depois esse entendimento seja democratizado. E começa com conversas como essa. São conversas extremamente positivas, falamos de tudo. Encontrei o presidente Fernando Henrique – já tinha algumas semanas que eu não o via – extremamente animado com todo esse processo, acho que com uma avaliação sempre muito consciente, muito equilibrada de todo quadro. E o que eu disse e repito é que, eu realmente, se for essa a decisão do partido, estou pronto para empunhar essa bandeira. Se a decisão for em outra direção, certamente outros nomes existem. Olha, não estou falando nada diferente do que sempre falei. Acho que janeiro seria um bom momento para termos essa decisão. No que depender de mim – disse isso novamente ontem ao presidente Sérgio Guerra –, com uma consulta mais ampla às bases do partido, a um colegiado mais amplo de militantes, enfim de detentores de mandatos do partido. Essa é a minha disposição. Vamos continuar andando, temos aí outros eventos sendo coordenados pelo partido. Agora cabe ao PSDB nacional, à sua direção nacional e não a mim, dizer o que vai ocorrer.
E a pressão dos aliados? Os aliados estão preocupados
Em relação aos aliados, quero dizer aqui de público que recebi como enorme estímulo e incentivo a posição majoritária das bancadas da Câmara e do Senado em relação à preferência pelo meu nome. Isso é uma demonstração clara de que não há decisão tomada e há espaço para nós criarmos um projeto que eu chamaria de mais convergente, onde nós poderíamos ter alguns outros atores ao nosso lado. Portanto, é um estímulo muito grande. Olha, vejo com absoluta naturalidade que alguns companheiros de outros partidos estejam vivendo uma certa ansiedade. Isso é absolutamente natural. Vamos equilibrar essa ansiedade com os nossos objetivos definitivos, que é de vencer as eleições. E na minha opinião, na opinião do governador Aécio Neves, janeiro é um bom momento para que essa decisão seja tomada e com calma, nós preparamos o nosso retorno à Presidência da República.
Se não, é o Senado, governador?
Não quero ainda cogitar sobre alternativas, porque hoje a prioridade é essa da construção de um projeto presidencial. Até janeiro, acho que é um bom momento para ele seja construído. Temo que daí por diante, possamos chegar um pouco atrasados.
O ministro Gilmar Mendes disse ontem que o presidente Lula está testando o Judiciário. Enfim, ele deixou muito claro que o bloco do PT está na rua. O senhor está defendendo aí janeiro. É também um pouco por isso? É a hora do PSDB colocar o bloco na rua?
Olha, temos tido muito cuidado em relação à legislação eleitoral. Somos governadores de estado, essa é a nossa responsabilidade. Em todos os eventos partidários para nós termos participado, vamos com a estrutura exclusiva do partido exatamente para que não haja nenhuma dúvida em relação a essa conduta. Se há em relação à do Governo Federal, como sugere o ministro Gilmar (Mendes), existem instituições, hoje, sólidas nos Brasil, como a Justiça Eleitoral e o Ministério Público, para fazer essa avaliação. Não cabe a mim ou a qualquer outro agente político da oposição, essa avaliação. Mas é importante que estejamos todos atentos. Acho que a democracia brasileira avançou tanto ao longo das ultimas duas décadas, que é muito importante que sejam respeitados todos os limites impostos pela legislação eleitoral.
Como o senhor avalia os resultados do Selo Unicef alcançados em Minas com resultados até melhores que os outros estados?
É uma demonstração clara de que em Minas há algo diferente ocorrendo. Os nossos indicadores são melhores que praticamente todos outros estados em questões que são absolutamente decisivas para a construção do futuro do nosso próprio estado. Acho que estamos criando aqui em Minas uma consciência que ultrapassa projetos partidários, filiações partidárias. Esses programas avançarão porque terão essa perenidade. Eles não serão interrompidos em razão de alteração de governo. Esse é o nosso grande esforço. Quero cumprimentar os gestores municipais pelos avanços alcançados. Teremos agora um número muito mais expressivo de municípios participando e acho que isso é uma contaminação sadia. Vejo que há já um esforço, um interesse de outros municípios daquela região, do nosso semiárido em participar das próximas edições. Isso significa melhoria nos indicadores sociais, menos mortalidade infantil, menos evasão escolar, mais aleitamento materno por um tempo mais extenso, enfim, um conjunto de ações que passam agora a ter uma ação e fiscalização coordenada. Por isso, Minas se filiou a essa parceria com o Unicef. O senhor insiste em janeiro e a cúpula parece que quer março.
O senhor disse mesmo que se for em março o senhor sai para o Senado?
Não, acho que não é cúpula. Eu, por exemplo, ouvi do presidente Sérgio Guerra que gostaria até de ter uma decisão antes de janeiro. Existem posições distintas, mas não é isso, mais trinta ou menos trinta dias, que vai criar entre nós divisão. Essas conversas servem exatamente para nós consolidarmos a nossa estratégia. Acho que ela está correta. Acho que o PSDB tem grande chance de vencer essas eleições e tem dois nomes colocados. O que eu tenho buscado dizer é que estarei ao lado do candidato que o meu partido escolher, mesmo se não for em torno do meu nome essa definição. Apenas acho que, pelas sinalizações que eu tenho recebido, manifestações como essas dos Democratas e outras de outras forças políticas, poderíamos, quem sabe, ter uma aliança ainda mais ampla do que essa que já está consolidada com os Democratas e com o PPS.
Manifestação do DEM
Não sei. Acho que é uma manifestação que surpreendeu a muitos, talvez não tanto a mim, mas certamente surpreendeu a muitos, sobretudo, um resultado na Câmara com uma grande expressão, uma grande diferença. Inclusive porque havia um sentimento de que temos uma candidatura muito mais bem colocada nas pesquisas e isso torna esse resultado, para mim, ainda mais expressivo e mais animador.
Transcrição da entrevista do governador Aécio Neves no lançamento da 3ª edição do Selo Unicef Município Aprovado/Blog João Carlos Amaral
Transcrição da entrevista do governador Aécio Neves no lançamento da 3ª edição do Selo Unicef Município Aprovado/Blog João Carlos Amaral
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