Dois dos principais líderes políticos de Minas, o vice-presidente da República, José Alencar Gomes da Silva (PRB), e o ex-presidente da República Itamar Franco (PPS) deram interpretações diferentes para a desistência de Aécio Neves em levar adiante a pré-candidatura ao Palácio do Planalto. Cauteloso, José Alencar assinalou preferir aguardar os desdobramentos dos fatos para avaliar a nova conjuntura política. “Por enquanto não vejo decisão definitiva”, disse Alencar, em referência à carta que o governador mineiro entregou à direção nacional do PSDB. Já Itamar Franco, embora também sem considerar definitiva a decisão de Aécio, afirmou ser ela uma contribuição para a unidade tucana, o que, em sua opinião, lança grande responsabilidade para os líderes paulistas do PSDB. Para José Alencar, a política é dinâmica e ainda é cedo para se apontar os nomes que de fato concorrerão. “A política é muito dinâmica e as candidaturas só se definirão de fato mais para a frente”, disse Alencar. Ao desistir da pré-candidatura à Presidência, Aécio Neves aponta para o Senado, tornando a disputa ainda mais concorrida em Minas.
O próprio Alencar reiterou a disposição em disputar um cargo legislativo. Condicionou a decisão à cura do câncer. “Tudo está indo muito bem e os médicos estão colocando o verbo no passado: havia um câncer no passado”, disse o vice-presidente. “Se Deus me curar poderei levar o meu nome, sim”, acrescenta ele, que vem sendo insistentemente procurado por apoiadores para que concorra no ano que vem ao Senado. Entretanto, Alencar evitou se comprometer com o cargo que disputará. “Confesso que gostaria de disputar uma candidatura para o Legislativo, e não para o Executivo. Ou o Senado ou a Câmara. Sou um homem simples”, disse, não sem antes acrescentar que discutirá com o presidente Lula antes de qualquer decisão. “Sou vice-presidente graças à eleição do Lula.
Não quero tomar nenhuma decisão em Minas antes de trocar ideia com Lula, porque existe o projeto nacional, que obviamente é presidido por ele”. Uma das vozes mais ativas em defesa da candidatura de Aécio Neves à Presidência da República em 2010, Itamar Franco disse, em Juiz de Fora, que compreende o sentido do gesto do governador mineiro. Segundo ele, a estratégia de José Serra, de só definir em março o candidato tucano ao Palácio do Planalto, é de alto risco. “Ele está atrasando o partido. Por isso, entendo a atitude do governador”, assinalou.
com Bertha Maakaroun e Ricardo Beghini, do Estado de Minas
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