O corpo do 2º sargento Leonardo de Castro e mais 16 militares chegaram ao Brasil, na noite do dia 20 de janeiro, onde foram recebidos com honras militares. No dia 21 a homenagem aconteceu em Brasília, com a participação do presidente Lula
Foi sepultado em São João del-Rei nesta sexta-feira, 22, o corpo do 2º sargento do Exército Brasileiro, Leonardo de Castro Carvalho, são-joanense, de 29 anos, morto durante o terremoto de 7 graus de magnitude ocorrido, no dia 12 de janeiro, no Haiti. Seu corpo está sendo velado no Salão Nobre da Prefeitura Municipal. Ontem, 22, aconteceu uma solenidade, às 16 horas, na Igreja São Gonçalo, no centro da cidade. Logo depois, o corpo será enterrado no Cemitério da igreja, com honras militares pelo efetivo do 11º BIMth que se prepara para embarcar para o Haiti e homenagens da família. Ele e mais 17 militares, membros da Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas para o Haiti (Minustah) e três civis brasileiros – diplomata Luiz Carlos da Costa, o segundo na hierarquia de comando da ONU no Haiti, a médica sanitarista Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança e uma mulher que tinha dupla cidadania e não teve seu nome revelado a pedido de familiares - morreram no país caribenho.
Os corpos dos militares chegaram na quarta-feira, 20, a Brasília (DF), onde receberam honras fúnebres. A família do 2º sargento Leonardo, que viajou para a capital federal para participar na quinta-feira, às 16 horas, da cerimônia que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, decidiu os detalhes do velório nesta cidade: pretende-se fazer um cortejo com um caminhão do Corpo de Bombeiros e o enterro no Cemitério São Gonçalo. “O São Gonçalo foi encolhido porque toda a nossa família foi enterrada lá”, disse Leandra de Castro Carvalho, mãe do 2º Sargento. Leonardo de Castro ingressou no Exército há nove anos, depois de ter sido aprovado na Escola de Sargentos das Armas (ESA), em Três Corações (MG). Natural de São João del-Rei, o militar servia no 5º Batalhão de Infantaria em Lorena (SP). Desde 6 de julho de 2009, o 2º sargento estava em Porto Príncipe, no Haiti, acompanhado de outros soldados do 11º Contingente do Exército que integrava a Missão de Paz da ONU no país. O oficial cumpria funções humanitárias e fazia a patrulha de segurança.
Momentos de atuação do 2º sargento Leonardo durante missão no Haiti. O militar foi condecorado, em Brasília, com a Medalha de Pacificador com Palma Post Mortem
Altruísmo de Leonardo
Segundo a mãe de Leonardo, o 2º sargento tinha enorme vontade de embarcar para o Haiti para amparar muitas pessoas. “Ele pediu para ir, disse que tinha de fazer alguma coisa para ajudar as pessoas que sofrem com a pobreza de lá. Ele tinha muita pena das coisas que via lá, da situação dos velhos e das crianças”, contou.
Cerimônias
Na Igreja do São Gonçalo, ocorreu às, 19 horas do dia 17, a Missa de Sétimo Dia de Leonardo de Castro. Dia 18, ele foi homenageado em missa na Paróquia do Matosinhos. Fábio de Castro, primo do militar, adiantou o que se espera do velório. “Faremos homenagem através de banners e cartazes com fotos. Se tudo der certo, o Corpo de Bombeiros irá pegar o corpo no aeroporto desta cidade e transportar até o Salão Nobre da Prefeitura”, adiantou Fábio. O subcomandante do 11º Batalhão de Infantaria de Montanha-Regimento Tiradentes (11º BIMth), tenente coronel Adriano Campos Testoni, informou que o Batalhão está dando todo o apoio à família do oficial Leonardo de Castro e que fará as honras militares no funeral do 2º sargento. “A família deve escolher o local do velório e do enterro e nós faremos uma homenagem de guarda fúnebre: um grupo de combate fará uma salva de tiros e um toque de silêncio como última homenagem do Exército ao 2º sargento”, adiantou.
Pelotão são-joanense embarca no dia 31
Segundo o subcomandante do 11º BIMth, tenente coronel Testoni, os 30 integrantes são-joanenses da Missão de Paz da ONU, no Haiti, deverão viajar para aquele país no dia 31 de janeiro. Eles embarcariam no dia 23, mas a missão foi adiada em função do terremoto. O pelotão ficará seis meses ajudando na reconstrução do Haiti e patrulhamento do local. “Eles irão para fazer o trabalho de ajuda humanitária. Está tudo destruído, corpos jogados nas ruas e soterrados. Vão ajudar a distribuir alimentos, medicamentos e a tirar escombros”, relatou o subcomandante. Os integrantes do pelotão foram escolhidos pela função e pelo conceito: os voluntários que têm o melhor perfil e conceito dentro do 11º BIMth. Eles receberam treinamento especial no Rio de Janeiro e em Juiz de Fora já voltado para esse tipo de missão.
Folha das Vertentes
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