Sistema de Transposição de Peixes da Usina Hidrelétrica do Funil
Apesar do acidente ambiental na realização de testes da primeira máquina da Hidrelétrica do Funil, na divisa de Lavras com Perdões, no Sul de Minas, causado pelo desalinhamento das palhetas fixadas na periferia do rotor da turbina - que causou a mortandade de cerca de 6 t de peixes, presos na caixa espiral e no tubo de sucção -, as sócias Companhia Vale do Rio Doce - CVRD (51%) e Cemig (49%) acionaram duas máquinas da Usina de Funil, cada uma com 60 MW, em dezembro de 2002. Ainda no início de 2003, as parceiras deverão finalizar o projeto, colocando a pleno vapor os 180 MW da hidrelétrica. O Sistema de Transposição de Peixes (STP) foi implantado na UHE Funil com a finalidade de permitir a continuidade do processo de migração e reprodução, de jusante para montante da barragem, de várias espécies de peixes provenientes do Rio Grande. Para a transposição dos peixes a montante do reservatório da usina, as sócias optaram pela instalação de um sistema conhecido como elevador, que estará pronto no início deste ano. "Desistimos da escada devido à altura da barragem", explica o diretor. Até lá, os peixes serão capturados por pescadores, que irão identificar e colocar as espécies em caixas especiais, para serem transportadas por caminhões.
Funil foi integrada ao sistema nacional através da LT Funil Grande-Lavras, de 138 kV, com 18 km. Por estar próxima aos centros de carga do Sul de Minas Gerais, a usina melhorou as condições de atendimento elétrico na região O aproveitamento hidrelétrico, que possui potência instalada de 180 megawatts (MW), abrange os municípios de Lavras, Perdões, Bom Sucesso, Ijaci, Itumirim e Ibituruna. Mas até hoje gera polêmica pela mortande de peixes nos rios Grande e Mortes. Em 2004, um acidente envolvendo a morte de nove toneladas de peixes provocou a paralisação das atividades da unidade I da Usina de Funil, empreendimento da Cemig em consórcio com a Companhia Vale do Rio Doce. De acordo com as informações divulgadas pela empresa, o acidente ocorreu entre os dias 28 e 29 de janeiro, durante operações de manutenção da turbina.
Segundo a Cemig, em um trabalho de rotina os técnicos realizam uma série de procedimentos para evitar que os peixes do reservatório sejam atingidos. No entanto, após os trabalhos de manutenção, o equipamento foi religado, sem que os técnicos percebessem a entrada de 40 toneladas de peixes da espécie mandi dentro da turbina. A unidade foi desligada e grande parte dos peixes foram retirados. Durante audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada em Bom Sucesso, pelo coordenador das Promotorias de Meio Ambiente da Bacia do Rio Grande, Bergson Cardoso Guimarães, foi anunciado que consórcio terá que fazer adequações para assegurar a sobrevivência de peixes que vivem na área alagada e o repovoamento de espécies que estão desaparecendo em função da obra.
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