Os 27 mil habitantes de Santa Rita do Passa Quatro, em São Paulo, começaram 2010 em clima de euforia. Afinal, os R$ 72 milhões ganhos por seu Adolfo, um jardineiro aposentado de 78 anos, no sorteio da Mega-Sena de Ano Novo, representam 146% de todo o orçamento da prefeitura para este ano, fixado em R$ 49 milhões. "Se este dinheiro for aplicado na cidade pode trazer muitos benefícios, gerar empregos, arrecadação, valorizar os imóveis", prevê o vice-prefeito, Junior Aparecido Otaviano (PMDB).
Mas bastou menos de uma semana para a euforia se transformar em preocupação e medo. As autoridades e a população temem que a fama repentina atraia criminosos, interessados na fortuna de seu Adolfo. A Polícia Militar teve de reforçar o policiamento para apaziguar a cidade. "Pode virar um chamariz", admite Otaviano. O tímido pelotão da Polícia Militar ganhou o reforço de homens e automóveis. Segundo moradores, um helicóptero da PM passou a ser visto na cidade depois do sorteio do dia 31 de dezembro. "O policiamento foi reforçado, sim, mas o motivo não é a segurança do seu Adolfo. Estamos nos precavendo, pois não sabemos o que pode acontecer daqui para frente", diz o comandante da PM em Descalvado e Santa Rita, capitão Luiz Sérgio Mussolini Filho.
Rumores sobre a presença de pessoas “mal-encaradas” e tentativas de sequestro proliferaram na cidade desde o anúncio do prêmio. "Isso já está mexendo com a cidade. Outro dia a polícia foi acionada porque um homem mal-encarado chegou a um bar perguntando sobre o seu Adolfo, pelo nome completo", afirma a jornalista Patrícia Zamproino, de "O Santaritense", principal jornal da cidade.
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