Quando a gente erra, deve assumir o erro. E eu errei na previsão de que dezembro passado seria um mês de demissões – como sempre é -, mas escala moderada. Não foi. Foi pior até do que esperavam os menos otimistas do que eu. Depois de termos chegado a 1,4 milhão de empregos de janeiro até novembro, o resultado de dezembro foi tão negativo que fez o total de empregos no ano cair abaixo de 1 milhão: 995 novos empregos de carteira assinada em 2009. Dois fatores ajudaram este mau desempenho: mais de 170 mil demissões no setor agrícola e a construção civil onde, apesar de terem sido fechadas menos vagas este ano (50 mil) do que no ano pasado eu, sinceramente, imaginava algo próximo da estabilidade com a contratação de obras do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Paciência, sempre é melhor errar esperando coisas boas do que ruins, porque senão a gente fica pessimista e ranzinza.
Vamos falar, portanto, dos números de emprego do ano. 995 mil empregos criados,embora seja a segunda pior marca do governo Lula é, ainda assim, muito maior geração de empregos do que qualquer ano do Governo FHC, com ou sem crise mundial. As demissões em dezembro na indústria ficaram num patamar muito abaixo do ano anterior, permitindo zerar as perdas do início do ano e deixando uma expectativa de crescimento agora, uma vez que comércio e serviços, onde deságua a produção industrial, tiveram crescimento na faixa de 4%. E lembremos que o lado da exportação de produtos industriais sofreu muito. não apenas com a retração do mercado mundial como também com a desvalorização da moeda. No ano em que o mundo encolheu, o Brasil cresceu. Menos do que deveria, menos do que esperávamos, mas cresceu.
Leonel Brizola Neto
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