No ano passado, quando a ministra Dilma Rousseff comemorou o carnaval em Recife, perguntou ao prefeito da cidade, João da Costa (PT), se o maracatu era um bloco carnavalesco. Este ano, a pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto volta à capital de Pernambuco para curtir a data festiva, e espera não ser alvo de críticas da oposição por mais um deslize. Na época, deputados estaduais chegaram a subir na tribuna para criticar o episódio. “Não foi nada demais. Quem não é do estado não é obrigado a conhecer. Quem está numa disputa política como essa vai ser mais observado”, minimiza o líder do PT na Câmara, deputado federal Fernando Ferro (PE). A oposição, óbvio, aproveita cada ato falho da ministra para criticar sua candidatura à Presidência.
Na terça-feira, Dilma trocou Governador Valadares por Juiz de Fora: um equívoco geográfico de pelo menos 450km. A gafe mais recente aconteceu na terça-feira. Em visita a Minas Gerais para visitar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Dilma chamou a cidade em que discursava de Juiz de Fora quando, na verdade, estava no município de Governador Valadares. Ao visitar o bairro Palmeiras com a comitiva do presidente, Dilma ainda chamou o lugar de Palmares. “Quem de nós nunca trocou um nome de cidade?”, rebate o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG). O petista argumenta que os deslizes não têm impacto no eleitorado e que em nada interferem a capacidade de governar da candidata.
As gafes da ministra Dilma foram alvo de críticas de deputados estaduais do PSDB na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Depois de discursar no plenário, o ex-secretário de Saúde do governo de Minas, o deputado estadual Marcus Pestana (PSDB), entregou um localizador por satélite (GPS) ao líder do PT, o deputado Padre João (PT), para que a ministra se oriente e não chame mais Governador Valadares de Juiz de Fora. “Há um grande esforço dos companheiros do PT para tornar a Dilma mineira. Mas confundir minha Juiz de Fora e Valadares é uma gafe imperdoável para uma candidata que quer ser presidente. Por isso, peço ao Padre João que entregue esse GPS à ministra, para que ela se localize em Minas Gerais”, disse Pestana.
O deputado Lafayette Andrada (PSDB) pegou carona e levou a Padre João um mapa de Minas. “Confundir Guarará e Maripá, cidades pequenas na Zona da Mata, é uma coisa. Mas Valadares e Juiz de Fora, francamente, não é aceitável. São mais de 450 quilômetros de distância, dá para atravessar Portugal quatro vezes! Ela deveria, no mínimo, pedir desculpas”, atacou. O líder do PT, o deputado Padre João, levou a provocação com bom humor. “Na verdade, vou entregar isso para o PSDB, que está desnorteado com o crescimento da Dilma nas pesquisas. Que rumo o Aécio e o Serra vão tomar? Ninguém sabe. Eles é que precisam de GPS e bússola”, provocou o petista.
com Flávia Foreque e Thiago Herdy, do Correio Brasiliense
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