Os comandos das candidaturas tucana e peemedebista ao governo de Minas já investem pesado no assédio aos prefeitos do interior do Estado, que conta com nada menos de 853 municípios. A aliança PMDB-PT, que tem o senador Hélio Costa como candidato a governador, trabalha para barrar o voto "Dilmasia" (Dilma Rousseff para presidente, seguindo orientação natural do bloco aliado, e Antonio Anastasia, do PSDB, para governador). Para isso, irão apelar para a vitrine do governo Lula e para as benesses levadas ao interior, principalmente com programas sociais, como o Bolsa Família. Já os tucanos mineiros, a contragosto do PSDB nacional e da candidatura de José Serra, ajudam a forçar a marca "Dilmasia" e ampliam a distribuição de recursos às vésperas da campanha - 6 de julho.
De acordo com o secretário geral do PSDB nacional, deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB), muitos prefeitos da oposição já se movimentam em direção à candidatura do PSDB. "Já temos centenas de lideranças da oposição conosco. Agora é esperar a campanha começar e incentivá-los a continuarem com a gente", afirma Castro, um dos principais articuladores políticos do governo Aécio Neves.
Cofre aberto
No lado tucano, a ordem é manter a distribuição de benesses, que, pela legislação eleitoral, podem ser liberadas em forma de convênios e obras, por exemplo, até 6 de julho. O secretário geral do PSDB mineiro, deputado Lafayette Andrada, tem as contas prontas. "Minas tem cerca de 700 cidades com menos de dez mil habitantes. Estes municípios, coitados, vivem com o FPM (Fundo de Participação dos Municípios)". Por isso, diz Andrada, o quem vem em forma de obra é um chamariz extra para os chefes de Executivo.
Ele nega que o cofre estadual tenha sido "magicamente" aberto em ano eleitoral. "O governo Aécio fez isso desde o início", justifica. Nos bastidores, no entanto, os petistas e o PMDB se mexem assustados de ver o volume de investimentos distribuídos. Uma liderança estadual petista destaca que um amplo "lobby" já começou a ser feito para dissuadir os "infiéis" e trazê-los para a campanha do peemedebista Hélio Costa. "Vai ser uma batalha, mas não é batalha perdida", afirma.
por Juliana Prado, do Terra Brasil
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