segunda-feira, 26 de julho de 2010

CENTRO DE REFERÊNCIA NACIONAL PASSA POR DIFICULDADES FINANCEIRAS EM SÃO JOÃO DEL REI

O médico antroposófico Paulo Maurício (à esquerda) conta que a comunidade ajuda a sustentar o Centro com doações e trabalho voluntário
Um pioneiro núcleo de medicina alternativa em São João del-Rei, nas Vertentes, reconhecido nacionalmente, está passando por dificuldades financeiras. O Centro de Referência de Medicina Antroposófica, localizado no Tijuco, apesar de ser um dos dois únicos integrados ao Sistema Único de Saúde (SUS), luta para se manter, pois os recursos não são suficientes para toda a despesa. Além de Belo Horizonte, este é o único município que, com o apoio da comunidade e do poder público, integrou a Medicina Antroposófica ao SUS. Até porque, ela é uma ciência nova: chegou ao Brasil na década de 50, e, ainda, há poucos profissionais na área. A maioria deles trabalha em consultórios particulares. O desafio é mostrar que a Medicina Antroposófica pode ser empregada ao SUS.

Desde 2008, o Centro pratica medicina pública alternativa de ponta e é considerado um exemplo em todo o Brasil. Seus gastos são divididos entre a Secretaria Municipal de Saúde, que arca com a estrutura física e o salário do médico antroposófico e a Associação Comunitária Yochanan, responsável pelo salário dos demais funcionários, materiais e equipamentos. De acordo com o secretário municipal de Saúde, José Marcos de Andrade, a Associação Yochanan tem mais gastos com o Centro do que a Secretaria. Contudo, ele promete ampliar os repasses. “Precisamos intensificar esse apoio, vamos tentar contratar faxineira e um técnico de Enfermagem. Ganhamos do Governo do Estado uma farmácia de manipulação de medicamentos alternativos, que ainda vai ser construída”, contou o secretário.

A medicina antroposófica é mais cara que a comum, já que dá maior atenção à individualidade do paciente. Há um gasto de mais de R$ 100 mil anuais apenas com os salários dos seis profissionais do Centro de Referência, que são: médico antroposófico, farmacêutico, profissional de Educação Física, auxiliar de Enfermagem, terapeuta e atendente. A medicina antroposófica é uma complementação da medicina alopática, um tratamento mais humanizado e individualizado. “Observamos o ser humano no aspecto físico, emocional e espiritual. Um sintoma emocional, muitas vezes, precede uma doença orgânica”, explica Paulo Maurício. Por isso, é questionada a satisfação da pessoa em sua vida, em seu trabalho, em sua relação com a família, com os amigos e com os parceiros.
da Folha das Vertentes

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