Uma das primeiras decisões tomadas no início da gestão do atual presidente da Fundação Tricordiana de Educação (FCTE), mantenedora da UninCor de Três Corações, no Sul de Minas, já nasceu polêmica quando um inquérito que apurava suposto prejuízo causado pela atual reitora Joana Beatriz Barros Pereira a UninCor, ainda na época da gestão Baldim/Adair Ribeiro, foi surpreendentemente arquivado sem respeitar os trâmites legais que regem o procedimento. O inquérito foi aberto a mando do então presidente da Fundação Tricordiana de Educação, padre Baldim e do reitor Adair Ribeiro, que concederam férias a então Pró Reitora nomeando outro Pró Reitor para o seu lugar.
A origem do inquérito é um o documento datado de novembro de 2005 com uma denúncia formal do então chefe do Setor Pessoal, Lúcia Maria Ribeiro, ao reitor Adair Ribeiro, noticiando que a pró-Reitora Joana Beatriz Barros Pereira foi responsável pela elaboração de cálculos errôneos que levou a Universidade a pagar a maior e indevidamente aos professores uma grande quantidade de horas aulas (carga horária) no segundo semestre daquele ano. A pró-Reitora era responsável pela supervisão, orientação e fiscalização das atividades acadêmicas e de graduação.
Segundo o documento, no mês de agosto e setembro foi pago a maior a importância de R$ 337.298,73 já com reflexos trabalhistas, por outro lado não foi pago R$ 117.320,63 valor esse depois pago aos professores que reclamaram. O documento não é claro ao mostrar como foi possível essa operação financeira. Durante o mês de outubro o valor pago a maior foi de R$ 39.334,50 da mesma forma e não pago R$ 42.014,57 valor esse igualmente pago posteriormente aos professores. Perfazendo assim o suposto prejuízo o total de R$ 535.968,43.
Segundo fontes, uma investigação interna apurou que a pró-Reitora afastada estava com um escritório paralelo em sua casa, usando funcionários da administração e despachando normalmente através de comunicados. Uma funcionária chegou a ser seguida da UninCor até a casa da Joana levando um envelope nas mãos. Parada e solicitada o seu imediato retorno à Universidade, e assim que aberto o envelope ali estavam vários documentos da UninCor que seriam assinados pela Joana, caracterizando uma gestão paralela. Levado o fato ao conhecimento do reitor Adair Ribeiro este determinou, em abril de 2006, a abertura da sindicância para apurar desde 2000/2005 toda a gestão da ex-pró-Reitora, isso por sugestão de uma Comissão Interventora nomeada pelo reitor Adair Ribeiro.
Esta Comissão sugeriu que fosse instaurado Inquérito Administrativo contra a pró-reitora Joana Beatriz, o que foi feito, em agosto de 2006, através de Portaria. Terminado o Inquérito, o mesmo foi submetido à apreciação do corpo jurídico da FCTE, coordenado na época por José Rodrigues Teixeira, que recomendou a apuração dos prejuízos causados pela gestão da pró-Reitora, já que a Comissão de Inquérito vislumbrou que a mesma poderia ter dado um prejuízo a FCTE, durante a sua gestão 2000/2005, superior a R$ 10 milhões.
O inquérito ficou parado. No período de 20 de outubro a 28 de dezembro de 2007, o Professor Baldim, Presidente da Fundação, por motivos de saúde se licenciou assumindo a Presidência da Fundação, interinamente, Ubsclender Pereira, que através do ex-reitor Adair tomou conhecimento do Inquérito. Chegou o mês de Janeiro, e o Conselho Diretor resolveu não reconduzir o professor Adair como reitor, e a ex-Reitora Joana que se encontrava de férias foi indicada para ser a Reitora, em substituição ao professor Marco Aurélio Gazolla, que havia sido convidado anteriormente aceitado e logo depois desistiu do cargo.
O inquérito estava em andamento quando assumiu o novo presidente da FCTE, Ubsclender Pereira Carneiro que logo a seguir nomeou a professora Joana Pereira ao cargo de Reitora. Logo a seguir o inquérito foi arquivado, segundo contam sem qualquer embasamento. Ainda na semana passada, um desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) manifestou o interesse em anular essa decisão e o inquérito pode ser restaurado.
da Folha do Sul
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