quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

"POLÍTICA NA VEIA" DE TONINHO ANDRADA É ABORDADA EM ENTREVISTA

O prefeito Toninho Andrada foi entrevistado pelo jornalista Paulo César de Oliveira, do Blog do PCO, que abordou especialmente a sua vocação política e a competência com que exerce a vida pública. Ao publicar a conversa, PCO usou o título “Política na Veia”, dando enfoque à tradição familiar seguida por Toninho e seu gosto pelo assunto.

Leia abaixo a publicação e entrevista na íntegra:

Ele pertence a uma das mais tradicionais famílias da política brasileira. Os Andrada estão na política desde o Império, com forte presença nos grande episódios da vida nacional. Não é diferente em Minas. Há sempre um Andrada, seja no Legislativo, seja no Executivo e, justiça faça, sem sofresse com acusações de malfeitos na vida pública. Dentre os prefeitos que tomaram posse agora está um represente da família. Antônio Carlos de Andrada, o conhecido Toninho Andrada, está de volta à prefeitura de sua cidade, Barbacena. Para se eleger foi obrigado a fazer aquilo que poucas pessoas, no gozo do juízo perfeito fariam: renunciar de um dos cargos públicos mais cobiçados, de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Com uma agravante. Ele era o presidente do órgão, com direito a mais um mandato. Aqui um pouco do pensamento de Andrada.

Dos prefeitos que assumem o mandato agora o senhor apresenta uma característica única. Deixou um cargo vitalício, sonho de todo político, para voltar às urnas. Qual a razão desta decisão? Foi uma decisão pessoal ou da família Andrada?
Atuei no Tribunal de Contas por quase oito anos, e fui Corregedor e Vice-presidente da Casa antes de chegar à presidência, a qual renunciei em maio para disputar a Prefeitura de Barbacena. Os anos que passei no Tribunal representaram uma experiência extraordinária, tanto na atividade de controle das contas públicas em si como nas oportunidades de relacionamento com técnicos altamente preparados no campo acadêmico. Por outro lado, fui forjado nas lides políticas, e aos 15 anos já discursava em palanques eleitorais. Sempre acompanhei e participei com muito interesse das atividades políticas de meus familiares, e disputei várias eleições também. O Tribunal, de um lado, significava a estabilidade funcional; na política, estão as possibilidades. É questão de visão de mundo, de como servir ao público. Mas não foi uma escolha fácil, e o apoio da família foi extremamente decisivo. Recebi um chamamento das bases políticas e o endosso de meu pai, o deputado federal Bonifácio de Andrada. A política tem uma natureza envolvente e aos poucos vi despertar de forma irresistível a minha vocação política.

O senhor, pelo próprio cargo que exercia, conhece em profundidade a situação dos municípios mineiros. Tem quem diga que o prefeito tem quatro anos de mandato e vinte anos de amolação com os Tribunais de Contas. É esta mesmo a realidade? Sem uma reforma tributária é possível administrar municípios?
A gestão pública com as responsabilidades decorrentes de quem decide em última instância traz consequências nem sempre agradáveis. Vivemos num regime democrático em que todos podem opinar e contestar livremente, inclusive acionando os órgãos de controle. A transparência da coisa pública é processo irreversível e dá trabalho porque exige do gestor uma enorme gama de tarefas extras com explicações e defesas. Mas é da natureza da função pública. Daí a importância de se ter uma boa equipe e de uma competente assessoria jurídica. A questão que sufoca a capacidade gerencial dos municípios está relacionada ao desequilíbrio federativo: os municípios têm encargos cada vez maiores e executam políticas públicas estaduais e federais sem a devida contrapartida, e também não participam institucionalmente da elaboração destas políticas. Os municípios estão fora dos centros de decisões da Federação, e isso gera distorções graves. E há excesso de concentração de renda na União que detém 70% de toda a receita do país, mas o cidadão só desfruta do progresso na vida cotidiana das cidades, que estão à mingua. A equação federativa não fecha.

Pela sua proximidade com o governador, com o senador Aécio, por já ter sido prefeito e pela tradição do nome, o senhor é um dos cotados para presidir a AMM. Esta missão já lhe foi passada?
Tenho recebido muitos estímulos de diversos prefeitos das mais variadas regiões do estado, de vários setores, partidos, e parlamentares estaduais e federais para concorrer à presidência da Associação Mineira dos Municípios e estou trabalhando neste sentido. Os apoios do Governador Anastasia e do Senador Aécio Neves são imprescindíveis neste processo de resgate municipalista. O municipalismo é um ramo que me atrai, inclusive tenho trabalhos publicados nesta área. A minha experiência como ex-prefeito, ex parlamentar e ex presidente do Tribunal de Contas permite uma ampla visão sobre o tema. A discussão acerca de um pacto federativo renovado vem ganhando importância, especialmente agora que vivenciamos os apertos da crise econômica mundial. Um sistema federativo para ser viável tem que funcionar bem nos momentos de estabilidade e também nos de crise, mas não é o que está ocorrendo, ao contrário, a União sacrifica a receita dos municípios para estimular o mercado interno e não apresenta compensações.

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