Os trevos que dão acessos à cidade Três Pontas, no Sul de Minas, foram bloqueados desde ás 5 horas da manhã e permaneceram até às 9 horas de ontem, quina-feira, 4, quando teve inicio a manifestação na Praça Cônego Vitor (Praça da Matriz). A estimativa é que mais de 5 mil pessoas participaram do ato. O movimento Acorda Cafeicultura têm o apoio de entidades de classes e a Polícia Militar, Rodoviária e Florestal estão presentes para garantir que a manifestação seja pacífica.
Para o presidente do Sindicato Rural de Três Pontas, Gilvan Mendonça Mesquita, os produtores querem ser ouvidos pelo Governo Federal. “Essa manifestação é a maneira que encontramos para que o governo veja como está a situação do cafeicultor e abra um canal de negociação”, diz Gilvan.
A crise na cafeicultura reflete diretamente no comércio e no número de empregos da cidade e região.” A situação causa desemprego, empobrecimento da população e consequentemente problemas com inadimplência, já que 50% da nossa economia depende do café”, afirma Michel Renan, presidente da Associação Comercial e Agroindustrial de Três Pontas.
A manifestação têm o objetivo principal de sensibilizar e informar os governantes da atual crise do café que ameaça 8 milhões de empregos, já que o reflexo da descapitalização se expande pelo comércio, pela indústria e praticamente todos os outros setores. As associações de classes e a população da cidade e também da região foram avisadas e convidadas a participarem.
Em pleno período de colheita os produtores estão enfrentando dificuldades para arcar com os altos custos da mão de obra para colheita, que no geral chega a representar 40% do custo total do café. Os baixos preços do café, que são os menores recebidos em 4 anos e a saca que está com o mesmo preço de 10 anos atrás.
As principais reivindicações do setor cafeeiro são a garantia de preço mínimo remunerador, a viabilização da liquidação da dívida setorial pelo sistema equivalência-produto e o programa de Opção Pública para obtenção de cotações que gerem renda ao produtor. Com o atendimento por parte do Governo Federal, haverá a garantia de produção e, consequentemente, dos empregos.
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