Onde, quando e como ocorrem as práticas de violência contra as mulheres? Por que ocorrem? Com que frequência? Atrás de todas essas respostas, a Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres e Promoção dos Direitos Humanos de Pouso Alegre, no Sul de Minas, começa a desenvolver uma base de dados que vai permitir ao órgão formatar programas públicos cada vez mais eficientes para enfrentar o problema.
Esta semana, a secretaria divulgou a primeira série histórica do levantamento. De janeiro a abril, mais 1,5 mil mulheres pouso-alegrenses precisaram recorrer ao poder público para buscar assistência ou se defender das violências sofridas no lar. Os dados refletem a soma dos atendimentos feitos no Centro Integrado da Mulher (CIM), onde funciona também o Núcleo de Atendimento às Famílias dos Presos (NAF), e pela Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD) da Polícia Militar.
Em média, todos os meses, 380 mulheres recorrem a um desses órgãos. Os três tipos de violência mais registrados são a psicológica, a moral e a verbal. Juntas, elas correspondem por 74,6% das ações praticadas contra as mulheres. As violências ainda podem ser tipificadas como física (14%) e sexual (6,4%).
O levantamento dos primeiros quatro meses do ano permitiu, por exemplo, a descoberta dos bairros onde a violência doméstica ocorre com maior frequência. De acordo com a base de dados da Secretaria, o Cidade Jardim lidera o ranking, com o maior número de mulheres atendidas. Em seguida, vem os bairros dos Afonsos e São Geraldo.
Se as estatísticas de violação do direito da mulher é preocupante, Pouso Alegre já possui uma estrutura poderosa para enfrentar o problema. As mulheres que chegam ao Centro Integrado da Mulher são acompanhadas por uma equipe multidisciplinar. O local conta com psicóloga, assistente social e um advogado.
A Patrulha de prevenção atua de segunda a sexta com apoio do CIM. Auxiliada por dois policiais militares, ela pode intervir em casos de violência e registrar o Boletim de Ocorrência. Mas o trabalho não para por aí. A mulher vítima de violência recebe orientação jurídica e a família passa a ser acompanhada pela equipe do CIM.
O atendimento é feito o dia todo, das 8h às 17h. Das 12 às 20h, os agentes da patrulha fazem visitas às residências das vítimas. Qualquer pessoa que se encontre em alguma dessas situações pode entrar em contato com a Secretaria de Direitos Humanos pelo telefone 3421-7085. O Centro Integrado da Mulher fica na Av. Tuany Toledo, 390, no bairro Fátima I.
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