Era para ser mais um dia rotineiro. Um motoboy saiu de uma lanchonete que trabalha com o serviço de delivery por volta das 22h. Ao chegar no local combinada para entrega, o motoboy entregou a encomenda ao solicitante, quando após receber a mercadoria, o mesmo tomou de assalto o entregador.
Nem mesmo os motoqueiros que fazem entregas estão escapando da insegurança que tem reinado em Lavras, no Sul de Minas. Com medo e receio de perder até a motocicleta, seu meio de trabalho, motoboys estão desistindo de trabalhar a noite. Os chamados “falsos pedidos” são a principal modalidade de ação. Um pessoa liga para pedir uma pizza, por exemplo, e também pedem um troco bem alto. A empresa liga para o motoboy e ele vai entregar.
"Quando o motoboy chega lá, a casa muitas vezes não existe ou é um local bem escuro. Aí quando o motoboy se aproxima, é um assalto. O cara leva tudo, dinheiro do troco, a mercadoria, equipamentos, objetos pessoais e muitas vezes a própria moto", disse um motoboy que pediu para não ser identificado.
Os crimes contra motoboys, que na maioria das vezes acabam por não registrarem a ocorrência junto a Polícia Militar (PM), se tornaram constante e os lavrenses já estão sentindo a falta do serviço de delivery (quando a pessoa faz o pedido por telefone ou internet e recebe em casa) em muitos estabelecimentos comerciais, como farmácias, lanchonetes e pizzarias, que são os mais utilizados pela população à noite.
Muitos profissionais dizem que ainda querem trabalhar neste serviço durante o período da noite, mas recusam determinados itinerários considerados por eles "arriscados".
Aumento da criminalidade
Somente este ano, Lavras já registrou 11 homicídios. Pesquisas comprovam que o crescimento sustentado de uma cidade ou região é reprimido, paralelamente aos impostos elevados, burocracia excessiva e insegurança jurídica, pelo recrudescimento de outro problema grave: a criminalidade e a violência. Como a criminalidade acaba interferindo de modo direto no desempenho da economia criando insegurança, exige a adoção de medidas onerosas de proteção da vida de colaboradores e do patrimônio das empresas, intimidando assim os investimentos e encarecendo produtos e serviços.
O afrouxamento das políticas de segurança pública no Estado de Minas Gerais, o sucateamento das delegacias e a falta de contingente nas polícias Militar e Civil são alguns dos fatores que tem contribuído para este aumento alarmante.
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