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CORREDOR RAPOSO TAVARES INTEGRA PROJETO PARA EVITAR ATROPELAMENTO DE ANIMAIS SILVESTRES




Para os animais silvestres, atravessar uma rodovia muitas vezes é questão de sobrevivência. Com o objetivo de preservar a fauna, a Concessionária Auto Raposo Tavares (CART), empresa que administra a Rodovia Raposo Tavares, no Estado de São Paulo, com o apoio do Instituto Invepar, passa a integrar o Projeto Malha, uma iniciativa que visa criar um banco de dados sobre a presença de animais silvestres nas rodovias e, a partir dele, sugerir políticas públicas que reduzam os atropelamentos, como a construção de passagens de fauna. 

Em muitas situações, os animais precisam transpor a rodovia para buscar alimento do outro lado, para procurar parceiro para acasalamento ou mesmo para fugir de um predador. E nesta hora eles correm risco de serem atropelados. Num país continental como o Brasil, a malha rodoviária é extensa e, portanto, são muitos obstáculos para eles. Somente no Estado de São Paulo são 198 mil quilômetros de vias, de acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER). 

A CART, primeira concessionária de rodovia a participar do Projeto Malha, vai enviar mensalmente ao Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), responsável pelo Projeto Malha, informações importantes para alimentar o banco de dados: quais e quantos foram os animais silvestres avistados ou afugentados às margens da pista, os recolhidos feridos e os recolhidos mortos ao longo dos 444 quilômetros de rodovias que administra, entre Bauru e Presidente Epitácio. 

Os dados seguirão com a localização (quilômetro da rodovia e o município) exata dos avistamentos, afugentamentos e recolha de cada um dos animais, bem como o horário da ocorrência. “Estes dados vão somar-se aos informados por outros órgãos, entidades, empresas e pela população em geral, que também pode participar usando o aplicativo de celular chamado Urubu Mobile, e serão importantes para que os pesquisadores tenha um retrato mais fiel o possível do impacto das rodovias na fauna e proponham medidas mitigatórios”, explica Osnir Giacon, coordenador de Meio Ambiente da CART.

Quando um animal não for de imediato identificado, a Concessionária enviará também a foto dele na tentativa de que os pesquisadores o identifiquem. Giacon frisa que os relatos de avistamentos, mesmo que não haja registro de atropelamentos daquela espécie naquele trecho da rodovia, são importantes. “Se uma determinada espécie é avistada, mesmo que não haja sequer um registro de atropelamento, pode ser que a rodovia esteja funcionando como barreira para este animal atravessar de um lado para outro. E com base nisso é necessário tomar medidas mitigatórias”, detalha.

Entre setembro de 2013 e setembro de 2014, a CART, em seu serviço de inspeção, que é realizado 24 horas nas rodovias que administra, recolheu 21 animais silvestres feridos e 544 animais mortos sobre as faixas de rolamento ou na faixa de domínio com sinais de que foram vítimas de atropelamento. Os mais frequentes são capivara, cachorro-do-mato, tatu e tamanduá. “É inadmissível perdemos atropelados exemplares de animais que estão vulneráveis, como é o caso do tamanduá e da onça-parda, assim como do lobo-guará, que está em risco de extinção no estado de São Paulo”, completa Osnir Giacon. 

Cachorro-do-mato é exemplo de final feliz
Os animais silvestres feridos recolhidos pela CART ao longo do Corredor Raposo Tavares são encaminhados para entidades de recuperação por meio da Polícia Ambiental. O objetivo é a soltura na natureza.  Uma das histórias com final feliz é a de um cachorro-do-mato graxaim fêmea encontrado, ainda filhote, sem os pais, às margens da SP-327 Orlando Quagliato, no município de Santa Cruz do Rio Pardo, em 2012. 

O animal, com fêmur e bacia fraturados, foi recolhido pela CART e encaminhado à uma entidade de recuperação. Ele recebeu tratamento veterinário, passou por cirurgia e foi reabilitado para soltura na natureza, o que ocorreu cerca de cinco meses após o atropelamento. A entidade teve o cuidado de mantê-lo selvagem, com pouco contato com humanos, o que permite reintroduzi-lo na natureza. 

Colabore usando aplicativo de celular
Quem quiser contribuir com o Sistema Urubu, um braço do Projeto Malha, deve baixar o aplicativo Urubu Mobile, lançado em abril deste ano. Trata-se de um programa que os usuários podem baixar gratuitamente e permite a qualquer pessoa enviar a foto de um animal atropelado que, automaticamente, se somará a dados como o lugar (GPS), a data e a hora em que a imagem foi feita. O manual de uso do Urubu Mobile está disponível na seção "Publicações - Textos Técnicos" ou pode ser acessado diretamente através do link: http://issuu.com/portal.cbee/docs/manual_urubu_mobile.

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