Um galpão de trabalho de 40 metros quadrados foi inaugurado, no último dia 16, no Presídio de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas. O município, conhecido como "Vale da Eletrônica", em referência à grande quantidade de fábricas desse ramo ali instaladas, passa a produzir componentes também na unidade prisional, graças a uma parceria com a empresa Intelbrás.
Na nova instalação, já trabalham 13 detentos que montam diariamente cerca de seis mil sensores de portões eletrônicos. O trabalho, totalmente manual, é realizado durante oito horas por dia, de segunda à sexta-feira.
A Intelbrás treinou os detentos com a meta inicial de produzir 93 mil sensores por mês. Mas a parceria superou as expectativas. Já no mês de março, os treze sentenciados conseguiram produzir 98 mil peças, um recorde de produção desde o início da parceria entre a empresa e o presídio.
No início da parceria, um gerente de produção da Intelbrás ficou uma semana no presídio treinando os detentos. Agora, o técnico da empresa aparece apenas uma vez por semana para verificar o andamento da linha de produção.
A montagem dos sensores é minuciosa, feita por etapas. Um detento separa as placas eletrônicas, outro faz o teste de funcionamento dos sensores, uma equipe coloca as placas dentro das capas plásticas e, por fim, três presos finalizam o processo produtivo etiquetando e embalando o produto final.
O superintendente de Atendimento ao Preso da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Helil Bruzadelli, destacou a importância de parcerias como a da Intelbrás. "A nossa missão é custodiar os indivíduos, mas, sobretudo, acreditar na transformação deles. É comum ouvirmos que os presos precisam mesmo é trabalhar. Porém, encontrar parceiros que apostem nisso é a nossa dificuldade", relatou o superintendente.
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