Performance marcante de Karina Buhr aqueceu a noite são-joanense
O frio comum às noites são-joanenses teve de ceder espaço para uma plural Karina Buhr incendiar o palco do 28° Inverno Cultural na noite do último sábado. A cantora, com suas perfomances teatrais, contagiou o público, que em pouco tempo já pulava e dançava de acordo com os ritmos executados.
O corpo da baiana agia como se fosse um prolongamento da música. De collant e olhos pintados de preto, Karina dançou, girou, jogou-se ao chão e até se enrolou no fio do microfone.
Esse lado performático do show é herança da diversidade de vertentes artísticas contida nessa mulher: participou de grupos de maracatu, de teatro, além de escrever e desenhar.
“É tudo muito junto pra mim, eu escrevo, desenho, faço música, tudo ao mesmo tempo”, explica. Para ela, suas várias atuações acabam por influenciar no próprio modo de agir durante o show. “Sem eu pensar, mesmo, quando vejo estou fazendo isso tudo junto.”
Dessa mistura de gostos e fazeres, Karina fez recentemente uma feliz junção da carreira de cantora com o universo literário, quando publicou seu primeiro livro este ano. Desperdiçando rimas, composto por cartas, bilhetes, prosa, poesia e ilustrações, foi o terceiro livro mais vendido na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), uma das mais importantes mundialmente.
“Fiquei feliz demais, isso eu não esperava”, comenta sobre a colocação entre os mais vendidos.
A vertente literária da cantora agradou também aos fãs, já cientes da multifuncionalidade de Karina. O estudante João Vitor Santana aguardou o fim do show para ter seu exemplar de Desperdiçando rimas assinado pela artista.
Ele conta que a conheceu num clipe na televisão e, depois de ouvir uma música do segundo álbum no carro de uma amiga, se apaixonou de vez. “Eu gosto do sentimento que ela imprime na música e das letras diferentes, além de admirá-la como pessoa também, já que é superengajada em causas políticas e feministas.”
Para João Vitor, o show foi completo. “Maravilhoso, ela tem muita presença de palco, interage com a plateia e sente o que está cantando, ela é perfeita!”
Da pequenez de sua estatura, Karina inundou a terra dos sinos com seu jeito frenético, passeou pela plateia, deitou-se sobre o palco, num espetáculo que fez todo o público prender o fôlego: ora rindo, ora pulando, ora atento às sapequices daquela mulher.
São João del-Rei oscilou naquele 18 de julho. A tranquilidade feita de sinos e pedras foi invadida por olhos em preto e cabelos cor de fogo que rodopiaram de diferentes maneiras por sobre o palco e deixaram a impressão de que música, teatro, dança e poesia são uma coisa só.
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